Retrospectiva: Crise político-administrativa marca primeiro ano de Bernal na prefeitura

O primeiro ano do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), foi marcado por crise político-administrativa que atingiu diretamente a Capital. O início dos conflitos foi a nomeação do primeiro escalão que ficou incompleto até o segundo semestre. Depois disso, começou uma guerra com a Câmara que resultou na primeira moção de pesar da história. O prefeito […]

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O primeiro ano do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), foi marcado por crise político-administrativa que atingiu diretamente a Capital. O início dos conflitos foi a nomeação do primeiro escalão que ficou incompleto até o segundo semestre.

Depois disso, começou uma guerra com a Câmara que resultou na primeira moção de pesar da história. O prefeito quase perdeu recursos federais por falta de projetos para o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e ainda rompeu de vez com seu vice, Gilmar Olarte (PP).

Secretários

No primeiro dia de trabalho, Bernal apresentou apenas os secretários para nove pastas das 14 que a prefeitura tinha na época, sendo alguns deles responsáveis por mais de uma secretaria. As nomeações foram acontecendo durante todo o ano.

Em fevereiro, o prefeito escolheu o ex-desembargador Luis Carlos Santini para comandar a Procuradoria-Geral do Município. No entanto, ele estava impedido por estar em quarentena. Em abril escolheu a secretária interina da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio) que acabou assumindo definitivamente.

Mas a nomeação mais esperada foi a do secretário de governo, Pedro Chaves, que aconteceu apenas em novembro, atrasando toda tentativa de articulação política.

Guerra com a Câmara

Por ter maioria na oposição, Bernal travou uma dura disputa com a Câmara. Ataques nas redes sociais aos vereadores foram motivos de muitas discussões no Legislativo. Além disso, a falta de diálogo com os vereadores aumentou ainda mais a oposição.

O prefeito iniciou seu mandato com nove vereadores na base, no decorrer do tempo perdeu três, sendo dois do PSDB e um do PT. Um grupo de vereadores tentou formar o G-8, mas antes que vingasse a ideia, o grupo se desfez.

Apesar do embate entre Legislativo e Executivo, todos os projetos do Executivo para benefício da população como empréstimos e remanejamento foram aprovados pelo plenário.
Apenas no fim do ano, Bernal conseguiu atrair quatro vereadores para sua base.

Comissão Processante

O prefeito é investigado por uma Comissão Processante que poderá resultar na cassação do seu mandato. Os vereadores apuram as irregularidades em contratos emergenciais firmados pela prefeitura com as empresas Salute – fornece alimentos para os Ceinfs (Centros de Educação Infantil) -, Já Gás – distribuiu botijões de gás após perder o processo licitatório -, e Mega Serv – substituiu a empresa responsável pela limpeza nos postos de saúde.

O relatório foi concluído e aguarda a definição da Justiça para dar prosseguimento à sessão de julgamento do prefeito que estava marcada para o dia 26 de dezembro, mas foi suspensa por decisão judicial.

Moção de Repúdio

O prefeito Alcides Bernal foi o primeiro cidadão a receber uma moção de repúdio da Câmara Municipal, em março. A proposta foi feita pelo vereador Chiquinho Telles (PSD) em represália à postura do prefeito, classificado como “deseducado e agressivo” com os vereadores.

Vice

No início do mandato, Bernal brigou com seu vice, Gilmar Olarte. Segundo informações, eles teriam chegado às vias de fato e o vice, desde então, não frequentou mais a prefeitura. Ele ocupava a sala da Sedesc.

Perda de recursos

Por falta de projeto, a Prefeitura de Campo Grande correu o risco de perder milhões em investimentos, contando os recursos referentes à contrapartida do Executivo. Além disso, o prefeito não deu andamento em obras já iniciadas na gestão anterior e que poderão ter os repasses suspensos por não cumprirem as etapas.

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