Proprietários da rodoviária querem dividir prédio com vereadores, mas rejeitam desapropriação

Representantes dos proprietários do prédio da antiga rodoviária de Campo Grande procuraram a Câmara na manhã desta quinta-feira (28) para falar da possibilidade de mudança dos vereadores para o local. Segundo o vereador Elizeu Dionízio (PSL), que participou da reunião, os representantes disseram que aceitam a Câmara, mas não querem a desapropriação. Os moradores lembraram […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Representantes dos proprietários do prédio da antiga rodoviária de Campo Grande procuraram a Câmara na manhã desta quinta-feira (28) para falar da possibilidade de mudança dos vereadores para o local. Segundo o vereador Elizeu Dionízio (PSL), que participou da reunião, os representantes disseram que aceitam a Câmara, mas não querem a desapropriação.

Os moradores lembraram que algumas famílias estão no local há 35 anos e não seria justo fazer uma desapropriação. “Eles falaram que nós podemos ir, mas não precisa desapropriar. Poderia ficar todo mundo lá”, relatou Dionízio.

O vereador explicou que o prédio tem uma área de 13 mil metros quadrados e a Câmara, certamente, não ocuparia 50% do local. Elizeu Dionízio afirmou que os vereadores não são contra e entendem que a mudança valorizaria a região. Porém, defendeu que tudo seja feito com dignidade e de maneira decente. O vereador disse que a partir de agora a possibilidade de mudança tem que ser discutida entre a Câmara e a Prefeitura de Campo Grande, de maneira que agrade os comerciantes e os vereadores.

A possível mudança dos vereadores para o prédio gerou muito debate na Câmara durante a semana. Grande parte dos vereadores é contra a mudança, alegando que o valor gasto seria maior do que se o prefeito construísse um prédio novo.

O ex-vice-prefeito e agora vereador, Edil Albuquerque (PMDB), conta que foi a primeira pessoa a mexer com a situação da rodoviária e entende que não seria a melhor solução. Ele conta que o prédio abriga 300 lojas, sendo 70 ativas. Porém, a prefeitura só tem 9% do prédio, o que também implicaria em desapropriação. Edil defende a construção de um novo prédio, que avalia ser mais viável financeiramente. Ele conta que há três anos, quando estava na prefeitura, uma desapropriação do prédio da antiga rodoviária custava R$ 9 milhões, o que seria mais do que suficiente para construir um novo prédio.

O presidente da Câmara de Campo Grande, Mário César (PMDB), também tem o mesmo entendimento. Ele explicou que uma desapropriação do prédio da antiga rodoviária seria ainda mais difícil, visto que o imóvel tem 130 proprietários. Para ele, o caminho mais prático seria a desapropriação do prédio atual.

Diante do impasse, o vereador Edson Shimabukuro (PTB) deu uma sugestão um tanto quanto irônica frente à guerra entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo: Ele sugeriu que Bernal saia do Paço e vá para a antiga rodoviária, adaptando o prédio hoje ocupado pela prefeitura para receber os vereadores.

O vereador explicou que o Paço Municipal atual não comporta mais os gabinetes. Assim, partindo do princípio de que a rodoviária é grande, ele avalia que seria mais fácil acomodar os vereadores no prédio na Afonso Pena e Bernal se mudar para a antiga rodoviária.

Os vereadores têm seis meses para deixar o prédio atual, de propriedade da Haddad Engenheiros Ltda. Eles podem ser despejados caso não cumpram a decisão judicial. A decisão veio após longo processo judicial, onde proprietários alegaram que a Câmara não pagava aluguel desde 2005, em uma dívida que chega a R$ 11 milhões. A maioria dos vereadores defende a permanência no prédio. Desta forma, caberia ao prefeito desapropriar o prédio, mesmo contra a vontade dos proprietários.

Conteúdos relacionados

prefeito urt eleições