População ironiza tentativa de Bernal de recuperar popularidade reduzindo passe

“Não dá pra comprar uma bala! Isto é uma piada” reagiu com misto de indignação e humor a dona de casa Maria Valdete, de 52 anos, quando tomou conhecimento da redução de R$ 0,05 (cinco centavos). O anúncio foi feito pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, que enfrenta a maior crise política desde que […]

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“Não dá pra comprar uma bala! Isto é uma piada” reagiu com misto de indignação e humor a dona de casa Maria Valdete, de 52 anos, quando tomou conhecimento da redução de R$ 0,05 (cinco centavos). O anúncio foi feito pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, que enfrenta a maior crise política desde que assumiu e tenta reagir com o anúncio. 

Moradora no Jardim Tarumã, Maria Valdete afirmou que tem que utilizar do transporte coletivo por vários dias no mês e que a redução não vai significar nada em suas despesas.

Neiva Gotz, 52 anos, farmacêutica, disse que o prefeito quer fazer média com a população. “Não sei se ele é culpado ou inocente nisso tudo que estão dizendo por aí, mas ele quer é fazer uma média com essa redução, que não significa nada. Ele deveria focar em outra coisa que realmente tivesse algum significado”, desabafou.

Suzana Vilhalba, 24 anos, moradora no Serradinho soltou uma sonora gargalhada quando tomou conhecimento da redução anunciada pelo prefeito. “Não acredito nisso. É uma grande piada esse desconto. Que diferença isto vai fazer?” indagou, sem conter o riso.

Já o vendedor Renan William Garcia, 23 anos, acredita que o prefeito quer fazer política com este anúncio. “É muito fraco este desconto. Não dá prá nada. Ele está fazendo um joguinho político”, desabafou.

A proposta do prefeito deverá ser analisada na Câmara Municipal na próxima terça-feira. O presidente Mário César (PMDB) já sinalizou pela aprovação, sem maiores problemas.

Para deixar o preço do passe de ônibus em R$ 2,70, contribuintes é que vão pagar a conta. O prefeito Alcides Bernal (PP) não bateu de frente com o Consórcio Guaicurus, e abriu mão do ISS (Imposto Sobre Serviço) cobrado das empresas que lucram com o transporte coletivo na capital sul-mato-grossense.

Na prática, a redução de R$ 0,05 vai livrar os donos das empresas de uma carga tributária que, segundo Bernal, representou R$ 8 milhões somente entre outubro de 2012 e setembro de 2013. Mesmo assim, o prefeito garantiu na frente das câmeras e repórteres que solicitou ‘sacrifício dos empresários para a mudança’.

A redução, que custará 3% do ISSQN do município, segundo o prefeito declarou, será ‘compensada’ com arrocho fiscal. “Temos outras maneiras de garantir esses oito milhões, como a Dívida Ativa e multas a grandes credores”, admitiu Bernal.

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