Procurador do município e secretário de Receita oferecem link para vereadores terem acesso a todos os documentos e contratos firmados pela prefeitura. Santini será o primeiro a depor

O prefeito de Campo Grande, (PP), enviou dois auxiliares graduados para firmar um acordo com a CPI do Calote, como é conhecida a Comissão Parlamentar de Inquérito da Inadimplência. Para evitar possível ação de busca e apreensão dos vereadores, ele propôs disponibilizar ‘tudo' via online para os integrantes da CPI.

A proposta foi entregue pelo procurador-geral do Município, Luiz Carlos Santini, e pelo secretário municipal de Receita, Wanderley Ben Hur da Silva. A partir de hoje, a prefeitura vai disponibilizar um link, que permitirá acesso online de todos os documentos e contratos firmados pelo município.

Santini explicou que se todos os documentos fossem enviados seriam 150 mil cópias de papeis. A proposta agradou ao presidente da CPI do Calote, Paulo Siufi (PMDB). Ele disse que a nova proposta é interessante e pode garantir mais celeridade ao trabalho investigativo dos vereadores.

No entanto, o relator da comissão, Elizeu Dionízio (PSL), preferiu ser mais cauteloso. Ele disse que será preciso avaliar quais os acessos permitidos ao legislativo municipal. Mesma linha adotou o vereador Otávio Trad (PTdoB), que defende acesso irrestrito dos vereadores.

O vereador Chiquinho Telles (PSD) também aprovou a nova proposta. “É louvável”, afirmou o parlamentar.

Após a nova proposta o relator desistiu de apresentar o relatório parcial. Ele tinha antecipado, na manhã desta quinta-feira, que tinha encontrado irregularidade em um processo.

Convocado

O primeiro a depor na CPI do Calote será o procurador geral do Município, Luiz Carlos Santini. Ele vai falar aos vereadores na segunda-feira, a partir das 9h da manhã.

Líder do prefeito e integrante da CPI, o vereador Marcos Alex (PT), defendeu a convocação de um representante da empresa CG Solurb, concessionária de lixo. No entanto, não houve acordo sobre a convocação.

A CPI do Calote pretendia, após adiar por duas vezes, realizar busca e apreensão dos documentos na prefeitura. Os vereadores reclamaram do prefeito ter encaminhado apenas parte da documentação e contratos solicitados.

A CPI investiga o não pagamento de contratos firmados com o município, como obras e serviços. O caso mais polêmica foi o da RDM Recuperação de Créditos, que cobra R$ 4,7 milhões na Justiça e fechou as portas no mês passado, demitindo 85 funcionários.