Na Câmara, médico que levou ‘ralo’ de nomeado por Bernal reacende debate sobre saúde

O médico pediatra José Eduardo Cury ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (14), para falar sobre os problemas na Saúde durante a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP). As denúncias reacenderam as críticas ao atual secretário municipal, Ivandro Fonseca, que teve pedido de afastamento requerido pelos vereadores, […]

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O médico pediatra José Eduardo Cury ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores de Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (14), para falar sobre os problemas na Saúde durante a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP). As denúncias reacenderam as críticas ao atual secretário municipal, Ivandro Fonseca, que teve pedido de afastamento requerido pelos vereadores, na terça-feira (12).

O médico reclamou principalmente da forma como os funcionários estão sendo tratados na atual gestão, além de problemas de precarização. Cury afirmou que em outras administrações ele era ouvido e recebido, não ofendido como agora. “Eu tenho 36 anos de medicina, mais que o Cristiano Lara, secretário de Urgência e Emergência. Nunca me disseram que eu só falo merda como eu ouvi agora”, afirmou.

Um dos exemplos dados pelo médico foi o caso de um bebê de dez meses que estava com os tímpanos rompidos há cinco meses por não ter conseguido atendimento pediátrico. “Eu encaminhei a criança para um especialista e depois recebi notificação por ter me recusado a atender e ter dado o encaminhamento”, afirma. Além disto, alegavam que ele estava tumultuando o andamento da UBSF em questão. “Isto é apenas uma mostra do que aguento de perseguição”, desabafou.

O médico também apresentou fotos de unidades de internação infantil sem lençóis, cadeiras de acompanhantes em condições precárias e de macas sem colchões.

O vereador Dr. Jamal (PR) afirmou que a situação apresentada por Cury é um retrato da realidade. “O secretário não está dando conta do recado. Administrar a Maternidade Cândido Mariano é uma coisa e ser secretário é outra”, declarou.

O vereador Paulo Pedra (PDT) lembrou que o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) e o Sindicato dos Médicos atuam em conjunto para dar uma posição técnica sobre a situação da saúde.

O vereador Delei Pinheiro (PSD) criticou a base do prefeito na Câmara dizendo que eles têm que trazer solução para o problema, ao invés de ficar apontando os erros na administração passada. “Como se isto fosse resolver o problema da saúde”, ironizou.

Já os petistas desaprovaram a atitude do médico. O vereador Airton Saraiva (PT) desaprova o fato de Cury trazer problemas pessoais para a Câmara. “Isto é considerado mais briga de pessoas do que problemas da saúde”, afirmou.

O vereador Alex do PT afirmou que Cury foi gestor da saúde na gestão anterior, sabia do caos na saúde, e está tentando aplicar a Bernal um remédio que ele não aplicou para o Nelsinho, o que ele considera uma contradição política. “Debater a saúde só nos últimos dez meses é uma atitude oportunista e temerária”, afirmou.

Alex citou problemas da gestão anterior, como a situação da Santa Casa, o sucateamento das ambulâncias, privilégio às empresas na compra de remédio, favorecimentos ao setor de oncologia. O vereador também sugeriu que o atual gestor da saúde fosse chamado para fazer um contraponto.

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) afirmou que se Cury tivesse ajudado mais na gestão passada, teria evitado muitos problemas e citou como exemplo a situação do Hospital do Câncer.

O vereador Elizeu Dionísia (SDD) afirmou que teria que verificar se as ligações em que foi destratado pelo Cristiano foram feitas pelo telefone pessoal ou da própria secretaria. “Se for da secretaria ou do telefone funcional pode ser confirmado caso de assédio moral”, afirmou. Além disto, sugeriu o afastamento por incompetência de quem está na pasta e criticou Alex por ser oposição na gestão passada e também não ter feito nada.

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