Investigação aponta que há mau uso de dinheiro na saúde e Puccinelli diz que falta recurso
O governador André Puccinelli, disse nesta terça-feira (30), durante entrega de cinco unidades de resgate do Corpo de Bombeiros, na Governadoria, que o problema de saúde em Mato Grosso do Sul e no País se deve a falta de dinheiro e não de gestão. Segundo Puccinelli, o dinheiro repassado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) […]
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O governador André Puccinelli, disse nesta terça-feira (30), durante entrega de cinco unidades de resgate do Corpo de Bombeiros, na Governadoria, que o problema de saúde em Mato Grosso do Sul e no País se deve a falta de dinheiro e não de gestão. Segundo Puccinelli, o dinheiro repassado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) sequer paga o custo dos procedimentos. A declaração do governador não condiz com os escândalos mostrados durante a Operação Sangue Frio.
“O SUS repassa R$ 10,00 por consulta. Para cesária são R$ 400,00. Se gasta muito mais que isso. O problema na saúde é crônico, não se consegue pagar os custos. Não é culpa de má gestão é falta de grana mesmo”, disse o chefe do executivo.
A declaração de Puccinelli vai contra os escândalos mostrados durante a Operação Sangue Frio que investiga o mau uso do dinheiro público na saúde. Beatriz Dobashi, Ronaldo Perches, José Carlos Dorsa e Adalberto Siufi que até poucos meses atrás faziam parte do “núcleo duro” da saúde regional, comandando a mãos de ferro hospitais e repasses de verba do SUS (Sistema Único de Saúde) caíram com o avanço das investigações.
Dobashi, que acompanha Puccinelli desde à época em que ele ainda era prefeito, estava à frente da Secretaria Estadual de Saúde, tendo como braço direito Perches, diretor do Hospital Regional e presidente da presidente da Fundação de Saúde de Mato Grosso do Sul. Antes do “furacão” da saúde no estado, Dorsa encabeçava o Hospital Universitário, e Siufi estava à frente do Hospital do Câncer e da Neorad, empresa particular que praticamente monopoliza o tratamento do câncer através de radioterapia em Mato Grosso do Sul.
Maior hospital do estado, a Santa Casa era comandada por uma junta interventora, com grande participação do governo do estado, e forte influência de Dobashi. O interventor Antonio Lastoria e atual secretário de saúde, após a queda de Dobashi.
Dobashi, Ronaldo Perches, José Carlos Dorsa e Adalberto Siufi controlavam os grandes hospitais do estado e orientavam assinatura de contratos, além de dar a direção para o repasse de verbas do SUS. Com eles no poder, o estado ficou refém da Neorad para a realização de radioterapia.
Em atuação conjunta, o grupo também desmontou o planejamento do Ministério da Saúde, que tentou enviar cinco aceleradores lineares, responsável pelo tratamento, ao estado. Cada máquina é avaliada em R$ 7 milhões.
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