Para os vereadores petistas, a exoneração de Beatriz Dobashi do comando da Secretaria Estadual de Saúde revela “culpa no cartório” da ex-secretária.  Os parlamentares ainda querem que o MPE (Ministério Público Estadual) investigue Dobashi, acusada de mentir em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde na Assembleia Legislativa.

“Vou encaminhar um pedido oficial para que o MPE investigue os motivos de Dobashi mentir em depoimentos da CPI da Câmara e da Assembleia”, disparou o vereador Zeca do PT. Segundo ele, as supostas mentiras poderiam resultar em improbidade administrativa.

Em depoimentos na Casa de Leis municipal, Dobashi negou qualquer interferência no sucateamento da oncologia nos hospitais públicos, que teria como objetivo beneficiar a Neorad, empresa privada de Adalberto Siufi, ex-diretor do Hospital do Câncer. A secretaria foi desmentida por escutas da Polícia Federal, que revelam acordos, e a negativa de vinda de equipamentos para radioterapia para os hospitais públicos de Mato Grosso do Sul.

Rival histórico de André Puccinelli (PMDB), que o sucedeu como governador, Zeca ainda frisou o fato de, segundo ele, a administração peemedebista estar se encerrando de forma “melancólica, com inúmeros desacertos e denúncias”.

Para o vereador Alex do PT, a exoneração de Dobashi revela a “culpa no cartório”. “Na minha avaliação, é uma confissão aberta e explicita de participação. Ninguém é exonerado gratuitamente”, afirmou.

Ainda segundo o parlamentar, todo o contexto revelado demonstra a privatização da saúde sul-mato-grossense.

Mais denúncias

Zeca garante que ainda tem “pano pra manga” de denúncias contra a atual administração estadual. O agora vereador afirma que equipou a Agesul (Agência de Agência Estadual de gestão de Empreendimentos) com 128 máquinas que teriam sumido nos últimos anos.

“Vou pedir para o Ministério Público investigar, pois existem denúncias de que essas máquinas acabaram na mão de empreiteiros”, disparou Zeca.