Em busca de popularidade, Bernal deve reduzir ISS e manter preço do passe de ônibus

População, no entanto, cobra redução e mais qualidade no transporte coletivo. Diminuir o imposto pago pelos empresários para segurar o preço em R$ 2,75 seria manobra para tentar conter usuários sem desagradar Consórcio.

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População, no entanto, cobra redução e mais qualidade no transporte coletivo. Diminuir o imposto pago pelos empresários para segurar o preço em R$ 2,75 seria manobra para tentar conter usuários sem desagradar Consórcio.

O prefeito Alcides Bernal (PP) deve anunciar nesta sexta-feira (25) uma redução no ISS (Imposto Sobre Serviços) cobrado das empresa de transporte coletivo e manter o preço atual da tarifa de ônibus em Campo Grande, de R$ 2,75. A expectativa de uma redução, segundo técnicos que acompanharam a negociação com o Consórcio, não deve se confirmar.

Mesmo assim, servidores ligados à prefeitura adiantam que a redução do imposto pago pelas empresas deve ser usada pelo prefeito como tentativa de aumentar a popularidade entre os campo-grandenses que dependem do sistema de transporte coletivo urbano.

A informação não é confirmada oficialmente. Segundo a assessoria da Prefeitura Municipal, Bernal teria tratado do assunto com sigilo. No entanto, a imprensa foi convocada para uma entrevista coletiva com o prefeito nesta tarde, cujo assunto é justamente a tarifa do ônibus. “Será surpresa total”, informa a assessoria.

A decisão de usar a redução no imposto para segurar o preço do passe seria uma estratégia para tentar agradar a população sem desagradar os empresários. No começo do mandato, Bernal usou o fato de que o contrato com o Consórcio Guaicurus, licitado durante a gestão de Nelsinho Trad (PMDB), estaria sendo questionado legalmente, e a anualidade, para negar um aumento.

Em março ele negociou com as empresas de ônibus que o aumento deveria ser estudado a partir do momento em que o contrato, assinado em outubro de 2012, completasse um ano. Antes disso, porém, ocorreram manifestações populares em todo o Brasil no mês de junho, cobrando a diminuição do preço das tarifas.

Várias capitais e municípios brasileiros cederam à pressão popular e diminuíram o preço das tarifas. Em Campo Grande, onde o índice de satisfação da população com os serviços é baixo, Bernal reduziu apenas R$ 0,10, deixando o preço em R$ 2,75.

Agora, com o vencimento do primeiro ano do contrato de concessão, o Consórcio Guaicurus, que reúne as empresas de ônibus, voltou a cogitar aumento. Em março, levantamentos da Agetran chegaram a apontar aumento nos custos com salários dos motoristas, preço do combustível e compra de ônibus como justificativas para subir o preço da tarifa.

No entanto, a população reclama da qualidade do serviço. “Falam que tem frota nova, só que ‘vira e mexe’ tem ônibus estragando”, argumenta o jogador de futebol paraolímpico, Fábio Ferreira, de 35 anos. “Está caro, tem muita lotação em horário de pico, aperto e sem falar nos ônibus sujos”, analisa Camila Sousa de Oliveira, de 27 anos, auxiliar de produção.

Além disso, houve demissão em massa nos últimos anos com o uso de cartão eletrônico de passe, que tornou os cobradores desnecessários.

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