Deputados partiram, nesta quarta-feira (26), para cima do prefeito (PP), com duras críticas à administração de Campo Grande. Um deles chegou a chamar o chefe do Executivo de “incompetente” e outro avaliou que ele “boicota o povo” por não cumprir promessas de campanha.
O principal motivo das críticas é a suposta falta de alimentos e de material escolar nos Centros de Educação Infantil (Ceinfs) e nos colégios municipais. O debate começou com manifestação do deputado Marquinhos Trad (PMDB) e levou vários parlamentares a engrossar o ataque.

“O que causa perplexidade é que falta dinheiro para comprar merenda às crianças e material escolar e tem verba para bancar shows e festa junina”, disse Marquinhos. Segundo ele, isso está causando a “revolta do povo”.

Bernal chegou a confirmar o problema e o atribuiu ao “boicote de fornecedores e servidores municipais”. “O único boicote que existe é com o povo. Na campanha, ele deu a palavra dele que tudo seria diferente, mas não é isso que está acontecendo”, reagiu Marquinhos.

O deputado Professor Rinaldo Modesto (PSDB) reforçou as críticas. Segundo ele, foram gastos R$ 500 mil com a festa junina. “Nada contra a festa junina, mas não pode deixar faltar alimentos às crianças”, ponderou. “Tem professora e diretora que está levando papel higiênico de casa para os alunos”, acrescentou.

Insatisfeito com a conduta do prefeito, o deputado Lídio Lopes (sem partido) entrou no debate e questionou: “cadê o governo popular?”. Para ele, Bernal está “massacrando o conselho tutelar”, após conselheiros cobrarem alimentos nos Ceinfs. Ele ainda atacou o afastamento da secretária de Assistência Social, Thais Helena (PT) “em momento crítico”.

Na tribuna, o deputado Osvane Ramos (PTdoB) cobrou “respeito às crianças”. “É incompetência do prefeito deixar faltar alimentos nos Ceinfs”, disparou. “Será que o laço familiar não está embutido em seu íntimo?”, indagou. “Peço ao prefeito e à secretária para olhar as nossas crianças, olhar o nosso futuro. Ou nós acordamos, ou a sociedade nos acordará”, concluiu.

Pouco antes, Marquinhos ainda questionou sobre a arrecadação da prefeitura com a Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública). Segundo ele, desde a CPI da Enersul, existe a suspeita de a administração pagar R$ 1 milhão à Enersul pelo serviço e arrecadar R$ 5 milhões. “Não é de hoje que cobro para a prefeitura abrir essa caixa preta”, ressaltou.