Contra vontade de Bernal, aliados derrubam secretário demitido da Receita por corrupção
O prefeito resistiu tentando segurar Gustavo Freire com as chaves dos cofres municipais, mas a demissão dele pelo ministro Guido Mantega por improbidade administrativa irritou até a base e tornou a manobra inviável.
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O prefeito resistiu tentando segurar Gustavo Freire com as chaves dos cofres municipais, mas a demissão dele pelo ministro Guido Mantega por improbidade administrativa irritou até a base e tornou a manobra inviável.
O prefeito Alcides Bernal (PP) garantiu aos vereadores, durante reunião na noite de ontem (6), que nesta quinta-feira (7) será publicada a demissão do secretário de Receita da prefeitura, Gustavo Freire. O prefeito bem que tentou, mas não conseguiu convencer os aliados a manter Freire no cargo, mesmo depois dele ser demitido pelo ministro da Fazenda, Guido Mântega, por improbidade administrativa.
“Ele confirmou isso sim”, disse o vereador Gilmar da Cruz, um dos sete parlamentares a participarem da reunião. Bernal tomou a atitude depois que a própria base, liderada pelo PPS, anunciou que era contra a permanência do secretário.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS), uma das maiores defensoras de Bernal na Câmara, não conseguiu justificar a defesa, já que é autora da lei da Ficha Limpa para cargos Públicos em Campo Grande. Ela chegou a dizer que caberia ao prefeito a decisão, mas depois foi obrigada a pedir a saída, quando o PPS decidiu publicar uma carta dizendo que era contra a permanência de Freire.
Freire responde a um processo na Justiça Federal de Mato Grosso do Sul por fraude na época em que atuava em Corumbá. Ele, um empresário e dois despachantes aduaneiros são acusados de receber e pagar propina para a liberação de cargas de uma refinaria de petróleo sem o pagamento de tributos ou marcação de mercadoria. O prejuízo à União ultrapassa R$ 1 milhão.
A fraude foi descoberta na Operação Vulcano e confirmada pela Corregedoria da Receita Federal. Os crimes aconteceram entre dezembro de 2007 e março de 2008 e os servidores recebiam R$ 200 por caminhão liberado sem incidência de tributação.Quando o escândalo se tornou público após a nomeação, Bernal defendeu o supersecretário e disse que, caso se comprovassem as acusações, ele demitira Freire.
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