Com campanha milionária, vereadores investigados dizem que gastaram só R$ 77 mil com combustível
Despesas com pessoal de cinco vereadores investigados dominam prestação de contas e são comprovadas apenas por recibo.
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Despesas com pessoal de cinco vereadores investigados dominam prestação de contas e são comprovadas apenas por recibo.
Os vereadores que enfrentam processo na Justiça Eleitoral por suspeita de troca de votos por combustível gastaram R$ 1.042.727,90 na campanha. Porém, neste investimento milionário, eles afirmam que teriam gastado apenas R$ 77.458,33 com combustível, que é o foco da investigação da Justiça Eleitoral.
Nas prestações além do investimento alto, chama a atenção a quantidade gasta em despesa com pessoal, que ocuparam boa parte desta quantia.
As despesas vão de R$ 100 a R$ 3 mil e são comprovadas apenas por meio de recibo comum nas prestações dos cinco investigados: Mário César (PMDB), Alceu Bueno (PSL), Delei Pinheiro (PSD), Paulo Pedra (PDT) e Thaís Helena (PT).
O presidente da Câmara, Mário César (PMDB), foi o candidato que mais investiu na campanha entre os cinco que respondem processo. Ele gastou R$ 322.986,00 e teve Jean Michel Marsala Junior como o maior doador, com R$ 100 mil, seguido pelo comitê financeiro, que investiu R$ 55 mil. A maior despesa de Mário foi com pessoal, com vários recibos que vão de R$ 100,00 a R$ 6 mil.
A vereadora Thais Helena (PT) teve o segundo maior investimento, com gasto de R$ 266.513,00. Ela foi a maior investidora da campanha, com 105.866,00, seguido pelo diretório do PT, que doou R$ 76 mil. A despesa com combustível chegou a R$ 18.709,97 e a maior despesa também foi com pessoal, com recibos que variam de R$ 300 a R$ 1,5 mil.
O vereador Alceu Bueno (PSL) utilizou R$ 184.673,00 na campanha, que teve o comitê de Edson Giroto (PMDB) como maior doador, investindo R$ 157.300,00. Deste total, o vereador afirma que utilizou apenas R$ 5840,31 para pagar despesa com combustível. Na prestação o maior gasto também foi com pessoal, com recibos que vão de R$ 100 a R$ 2 mil.
O vereador Delei Pinheiro (PSD) investiu R$ 111.833,06 para chegar à Câmara, sendo R$ 28 mil doados pelo deputado Marquinhos Trad (PMDB). Na prestação de contas ele afirma que gastou R$ 5.660,00 com combustível e apresentou recibos que vão de R$ 200,00 a R$ 1 mil para despesa de pessoal, que foi o maior gasto.
O Caso
O Ministério Público Eleitoral denunciou Thais Helena, Paulo Pedra, Alceu Bueno e Delei Pinheiro por suposta troca de combustível por voto. A Justiça encontrou requisições de vale combustível em um posto na avenida Cel. Antonino, constando placa de veículos ou nome de beneficiários, mesmo com nota emitida em nome dos candidatos.Durante a investigação a Justiça teria apreendido lâminas de cheque e R$ 16 mil em espécie.
Recentemente, a juíza Elisabeth Rosa Baisch, da 36ª Vara Eleitoral do TRE-MS, condenou o presidente da Câmara, Mário César (PMDB), à perda imediata do mandato, inelegibilidade por oito anos e ao pagamento de multa de 50 mil UFIR (R$ 53 mil de multa). Ele também foi acusado de compra de votos por meio de distribuição de combustível nas eleições de 2012. Porém, recorreu e continua no cargo até o julgamento.
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