Bernal volta a cogitar maioria e já fala até em mudar as regras da Câmara para o orçamento

Mais uma vez o prefeito promete que anunciará ‘em breve’ maioria entre os vereadores. Das outras vezes, os cálculos de Bernal para ampliar o número de aliados não passaram de promessa.

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Mais uma vez o prefeito promete que anunciará ‘em breve’ maioria entre os vereadores. Das outras vezes, os cálculos de Bernal para ampliar o número de aliados não passaram de promessa.

O prefeito Alcides Bernal (PP) prometeu, novamente, na manhã desta segunda-feira (2), aumentar a base de sustentação dele na Câmara de Campo Grande. A promessa é antiga, desde que ele assumiu, em janeiro, e até o momento não passou do campo das especulações.

O prefeito nunca passou de nove vereadores e, por falta de um, hoje responde a uma Comissão Processante na Câmara. Bernal recebeu, de graça, sete vereadores logo que assumiu: Alex do PT, Zeca do PT, Ayrton do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Gilmar da Cruz (PRB), Rose Modesto (PSDB) e João Rocha (PSDB).

Os sete vereadores somaram com Cazuza e Chocolate, ambos do partido dele. Porém, descontentamentos e brigas fizeram a base, pequena, se desfazer ainda mais. Rose foi a primeira a sair. Ela tomou a decisão depois que o partido optou por anunciar oficialmente que não faz parte da administração, alegando que Bernal não cumpriu as promessas de campanha.

Depois de Rose foi a vez de Chocolate deixar Bernal. Neste caso a separação foi ainda mais traumática, com direito a perseguições via rede social e até choro do vereador na tribuna, dizendo que foi ofendido por Bernal.

Recuperação

Perto de completar um ano de administração, Bernal tenta agora chegar a uma maioria na Câmara, mas antes de convencer os partidos, já avisou a Câmara que vai fazer valer a sua força, mudando regras estabelecidas para 2013.

Na manhã desta segunda ele disse no programa do vereador Cazuza que vai lutar para que os vereadores aumentem o valor da suplementação sem autorização da Câmara. Ele quer ter o mesmo direito dado a Nelsinho Trad (PMDB), que por ter maioria na Casa, tinha liberdade para suplementar 30% sem autorização.

O líder da oposição na Câmara, vereador Airton Saraiva (DEM), explica que a prerrogativa é da Câmara. Ele entende que dificilmente o prefeito conseguirá chegar a 30%, já que não tem credibilidade com os vereadores. “Ele precisa ganhar confiabilidade da Câmara, que não tem. Acho que ele vai usar só o que é permitido em lei. Pode até mandar um projeto pedindo 50% ou 60%, mas a prerrogativa é da Câmara”, analisou.

Ao anunciar que pretende aumentar a suplementação, Bernal voltou a dizer que os vereadores engessaram a administração e prestaram um desserviço para a sociedade. Ele também disse que apresentará a Campo Grande a sua nova base de sustentação, avaliado por ele como os que pretendem ajudar a cidade.

Bernal está utilizando cargos para tentar convencer os partidos a apoiar a administração, mas a estratégia não está dando certo. Com os cargos mais importantes já ocupados, ele não está convencendo os partidos a ficarem com pastas menores, como da Juventude, Política Pública para Mulheres e o IMPCG.

O PSB foi um dos partidos assediados por Bernal com a promessa da secretaria de Juventude. Porém, o vereador Carlão (PSB), presidente municipal da sigla, avisou que vai esperar o fim da Comissão Processante para decidir. Ele entende que aceitar um cargo agora caracterizaria uma barganha de Bernal para escapar da cassação.

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