A situação do Secretário Municipal de Receita, Gustavo Freire, que é mantido no cargo pelo prefeito (PP) mesmo após ter sido demitido por improbidade administrativa pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, gera desconforto até entre membros do primeiro escalão na Prefeitura de Campo Grande.

A pressão se voltou para o secretário, para que o mesmo deixe o cargo e livre a administração do embaraço. Mas, segundo integrantes da gestão de Bernal, a insistência do prefeito em segurar o secretário na função estratégica após ele perder o emprego federal por recebimento de propina tem irritado até os mais passivos.

“Não tem como a gente ficar tranquilo com essa situação. O Bernal está dando murro em ponta de faca, porque o cara já foi. Foi demitido por improbidade, não tem condições de ficar com a chave do cofre da Prefeitura. É muita estupidez”, diz outro secretário municipal. “Se ele ficar, a debandada é inevitável”, analisa.

Mesmo assim, Bernal teria consultado a assessoria jurídica com a ideia de manter Gustavo Freire. O secretário foi cedido pela Receita Federal para exercer o cargo municipal. Como foi demitido, a cedência ficou prejudicada.

O prefeito foi procurado para falar sobre a situação de Freire, mas não se manifestou. Pela assessoria de imprensa, chegou a ser prometida nota oficial, que não foi publicada até o momento.

O novo secretário de Governo de Alcides, Pedro Chaves (PSC), que entrou na administração justamente assumindo um cargo que era acumulado por Freire, se reservou a dizer que só falaria sobre o assunto após reunião nesta manhã de quarta-feira (6) com o prefeito.

Especula-se que, da reunião com Chaves, saia finalmente a decisão de Bernal demitir o secretário envolvido em escândalo de corrupção federal. Entre membros do primeiro escalão, é dada como certa a demissão voluntária ou não, ainda para esta quarta-feira. Mesmo contra a vontade do Prefeito.