Bernal negocia cargos por apoio de vereador, mas não quer ‘entregar’ antes da votação

Após várias derrotas na Justiça para tentar derrubar Comissão Processante, Bernal negocia cargos em troca de votos na Câmara de Campo Grande

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Após várias derrotas na Justiça para tentar derrubar Comissão Processante, Bernal negocia cargos em troca de votos na Câmara de Campo Grande

Ivan Louzada, Pedro Chaves e o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, estiveram reunidos ontem (19) para discutir  impasse de dias entre PTB e administração municipal, que é a nomeação do engenheiro Jean Saliba na Agência Municipal de Trânsito (Agetran) antes da votação da Comissão Processante.

Entretanto, Bernal estaria receoso de levar ‘tombo’ do engenheiro Edson Shimabukuro (PTB), já que no dia 15 de outubro ele votou a favor da abertura da Comissão Processante, mesmo afirmando ser da base do prefeito.

Sem confiança

Com os dias contados para a finalização dos trabalhos de investigação da administração municipal, nem PTB nem Bernal entram em  consenso.

Mesmo depois de perder diversas vezes na Justiça ao tentar derrubar a Comissão e com os dias contados para o resultado, Bernal ainda quer impor condições. O prefeito também não quer entregar a Agetran com os cargos, disponibilizando apenas a presidência do partido.

O impasse foi revelado pelo vereador Shimabukuro. Ele afirma que não há consenso, já que o partido não aceita que a nomeação saia depois do voto da Comissão, como pede Bernal. Por sua vez, o prefeito não confia em entregar a Agetran antes da votação e ‘arriscar’ a troca de voto por apoio antes mesmo do resultado da votação na Casa de Leis.

Cargos

Após um ano de administração, o prefeito de Campo Grande mantém duas secretarias vagas, a da Mulher e da Juventude. A oposição diz acreditar que esta é a evidência de que o administrador usa os cargos em troca de apoio político.

A conversa entre a prefeitura e o PTB é a prova de que Bernal ainda discute vagas na administração para tentar se manter no cargo. A sessão de julgamento deve ficar para a segunda-feira (30), quando o prefeito precisará de 10 dos 29 vereadores para fugir da cassação.

Bernal conseguiu apoio do PT depois de longa queda de braço. Adiando conversas, foi necessária a intervenção de Pedro Chaves para fazer o administrador prometer que criaria um conselho político e seguiria algumas recomendações do partido.

A entrada de Pedro Chaves não conquistou, entretanto, a simpatia da vereadora Juliana Zorzo (PSC), do mesmo partido, para a base. A vereadora teimou e se declara independente.

A nomeação da prima de Paulo Siufi (PMDB) no Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) também é apontada como uma tentativa de quebra de gelo entre Bernal e o PMDB, o que não foi visto com bons olhos pelos adversários na Casa. Siufi nega ser da base, mas diz que vai trabalhar pela cidade.

Atualmente, Bernal tem como aliados: Alex do PT, Zeca do PT, Ayrton do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP) e Gilmar da Cruz (PRB). Ele também conversa com o PTB, PSB e PSDB, que aguardam o espaço prometido na administração para dizer sim.

Conquistando os três partidos, o prefeito garantiria 10 votos, escapando de responder aos questionamentos da Câmara. Porém, ainda enfrentará longa batalha judicial com o Ministério Público Estadual (MPE), que já recomendou o afastamento dele.

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