O presidente regional do PMDB, deputado estadual Junior Mochi e o líder do PMDB na Assembleia, deputado estadual Eduardo Rocha, refutaram qualquer possibilidade de o partido acolher o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em caso de rompimento com aliados. Para Rocha, o PMDB não o elegeu e Mochi diz que primeiro ele precisaria responder a comissão processante e por que mudou de posicionamento. Já líder do PMDB, governador André Puccinelli, não quis nem comentar o assunto.

Na avaliação do deputado Eduardo Rocha, o PMDB não tem compromisso nenhum com Bernal, somente com Campo Grande. “Nós não o elegemos, fomos eleitos oposição do Bernal, e nós seremos. Mas não oposição a ele, pessoa, mas a qualquer coisa de ruim que apareça na administração”, afirmou.

Questionado sobre o que poderia ser de ruim e se na opinião dele a bancada do PMDB dificulta propositalmente o trabalho de Bernal, como o próprio prefeito alega, Rocha nega. “O PMDB não tem nada de pessoal com o Bernal. O que for projeto bom e ele mandar para a câmara, tenho certeza que os vereadores do PMDB nunca vão deixar de aprovar. Agora o que tiver ruim e errado os vereadores tem que apontar e mostra por conta da responsabilidade parlamentar”, explicou.

Já para Mochi, antes de falar em qualquer possibilidade de acolher Bernal, primeiro o prefeito precisa responder a comissão processante e provar sua idoneidade.

“Olha, a meu ver, primeiro tem que responder a comissão processante. Hoje temos duas questões: a comissão processante tem a finalidade de aferir que se aquilo que foi levantando e a CPI cujas provas estão e foram encaminhadas aos órgãos de controle. A CPI não tem caráter condenatório, mas investigativo. Agora a processante tem e a pena vai ser aplicada por essa comissão. Enquanto isso não for esclarecido, prefiro nem me manifestar”, declarou.

Já o governador André Puccinelli, quando questionado sobre a possibilidade de acolher Bernal em seu partido, deu um leve sorriso de canto de boca e não respondeu a pergunta.
Em caso de rompimento com o PT, único partido a sinalizar apoio a sua administração para recompor a base de sustentação, só sobraria a Bernal se render ao grupo de Puccinelli, para fugir de uma cassação de mandato.