Emendas propõem redução para 5% do percentual para a prefeitura abrir créditos adicionais, sem autorização dos vereadores e obriga o futuro prefeito a pedir o aval dos vereadores para modificar o Plano Plurianual

A sessão desta terça-feira (18) da Câmara Municipal de Campo Grande foi suspensa para que os vereadores discutam emendas que reduzem poder do próximo prefeito da Capital (PP). Além das emendas, os parlamentares municipais devem votar hoje a proposta de Orçamento para 2013.

As emendas pretendem reduzir de 30% para 5% o percentual para a prefeitura abrir créditos adicionais, sem autorização dos vereadores. A outra emenda obriga o futuro prefeito a pedir o aval dos vereadores para modificar o Plano Plurianual (PPA). Com elas, Bernal perderia autonomia e aumentaria a participação dos vereadores nas decisões administrativas da Capital.

O texto das emendas foi apresentado pelos vereadores Carlão (), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Airton Saraiva (DEM) e Mário César (PMDB), além de Paulo Pedra (PDT) e João Rocha (PSDB) que tiraram suas assinaturas.

Para Carlão, a votação está dividida com 11 a 10 votos para a aprovação dos textos. Mário César concorda e diz que a situação só ocorre por falta de diálogo com o prefeito eleito. “Bernal não veio falar com ninguém sobre as emendas”, comentou.

Já o vereador Athayde Nery (PPS) acredita que os colegas vão suspender a emenda. “A pergunta que fica é, e se fosse o (Edson) Giroto? Se reduzirem a autonomia vai parecer revanchismo”, argumentou.

O vereador Flávio César (PT do B) concorda que reduzir para 5% o percentual para a prefeitura seria muito baixo. “Realmente é baixo, mas 15% estariam de bom trabalho”, afirmou o vereador.

O atual prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, disse ontem que conversaria com a base aliada na Câmara para que retirassem as emendas, mas os vereadores disseram que Nelsinho não os procurou para falar sobre o assunto.

“Da mesma forma que o outro (Bernal) não ligou, Nelsinho também não ligou”, disse Airton Saraiva nesta manhã.

O vice-prefeito eleito acompanha a votação e diz que está apenas como expectador. “Acredito que os vereadores vão votar pelo que é melhor para Campo Grande e para a população. Até porque é preciso ter igualdade para depois poder cobrar da nossa gestão”, disse.

Nos oito anos de mandato, Nelsinho contou com a suplementação de 30%. A votação deve ser retomada ainda pela manhã.