Após anunciar no sábado (8), durante encontro do DEM em Campo Grande, que reuniria 100 filiados ao PMDB para escolher por meio da maioria de votos o presidente do partido em Mato Grosso do Sul, o governador (PMDB) recuou nesta segunda-feira (10) e declarou que não vai se meter na disputa.

“Eu não disse que não ia me meter? Eles vão se reunir. A minoria acata a maioria. Não quero forçar nada. Disseram que forço, mexo, faço. Não quero forçar nada. Eu não sou de pressionar, sou Andrezinho Paz e amor”, justificou.

Puccinelli diz que não pressionará ninguém e deixará os filiados se entenderem. Na avaliação dele, o filiado que não acatar a decisão da maioria não é partidário. “Meu interesse pessoal está acima do partido? Todo mundo que age saindo do partido, quando tem interesses pessoais confrontados, não é partidário”.

O governador disse ainda que sempre foi a favor de que a maioria vença e afirmou que muitas vezes foi voto vencido e teve que acatar o que a maioria decidiu, sem sair do partido. “A disputa é democrática, não tem problema, pode ter disputa. Mas, sempre fui a favor de que a maioria vence”.

Puccinelli também falou sobre as declarações do ex-deputado Youssif Domingos (PMDB), que pede uma definição imediata sobre os candidatos do partido para 2014. Puccinelli não concorda com Youssif, mas diz que todo mundo tem o direito de falar e discutir. Questionado se ainda é cedo para 2014, o governador foi enfático: “Para 2014 não é só cedo, é cedíssimamente, cedíssimo”.

Youssif entende que o PMDB perdeu espaço em Mato Grosso do Sul e não pode se dar ao luxo de deixar para discutir a sucessão estadual em véspera de eleição. Ele defendeu a definição de um projeto claro para 2014, a fim de garantir tempo suficiente para o partido se recompor.

“O recado das urnas foi duro para achar que é cedo para discutir 2014. Hoje, com exceção de Três Lagoas, o PMDB não tem espaço”, declarou Youssif, fazendo menção ao resultado das eleições municipais nos cinco principais colégios do Estado, que representam em torno de 50% do mapa eleitoral. “Não dá para construir projeto político e de governo em véspera de eleição”, emendou.

Eleição no PMDB

O comando do partido é disputado pelo atual presidente, Esacheu Nascimento, e pelo deputado Junior Mochi. A rejeição a Esacheu começou depois que ele fez uma avaliação de que o partido errou no processo de escolha do candidato em Campo Grande e que o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) saiu enfraquecido da disputa, já que foi o coordenador da campanha de Edson Giroto (PMDB). A derrota, na avaliação de Esacheu, torna a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) a candidata natural do partido ao Governo do Estado.

Nelsinho não gostou das declarações e ameaçou abandonar o partido se não fosse o escolhido. Além disso, lançou a campanha contra o atual presidente, dizendo que uma reeleição de Esacheu significaria que o PMDB não o queria mais. O prefeito ganhou o apoio do senador Waldemir Moka (PMDB), do deputado Carlos Marun e do irmão, Fábio Trad (PMDB), na defesa de uma oxigenação no partido. O pedido de oxigenação, por sua vez, não agradou Esacheu, que prontamente rebateu, avaliando que “as pessoas que falam em oxigenação estão expelindo gás metano”.