O governador (PMDB) tentou se esquivar da culpa por uma série de vetos a projetos da Assembleia Legislativa. Questionado sobre a reclamação dos deputados, com alegação de que os projetos morrem na Governadoria, Puccinelli disse que não é necessário achar o culpado.

“Pra que achar o culpado? É ótica interpretativa. Às vezes a iniciativa não cabe. É louvável no mérito, mas não cabe. Ai tem o corpo técnico que orienta”, declarou, tentando justificar os inúmeros vetos a projetos.

Na quarta-feira (5) os deputados Marquinhos Trad (PMDB) e Cabo Almi (PT) ocuparam a tribuna da Assembleia para demonstrar a indignação contra os inúmeros vetos de Puccinelli. Na ocasião os deputados chegaram a declarar que a maioria das propostas de interesse popular “morrem na governadoria”.

Os deputados avaliaram que a falta de atitude da Assembleia, que não se posiciona contra, mantendo o veto de Puccinelli, acabam prejudicando a população e arranhando a imagem do Poder Legislativo. “Não é por nada que relatórios de Ongs (Organizações Não Governamentais) apontam que a grande maioria dos projetos da Assembleia são irrelevantes, porque os bons morrem na governadoria”, criticou o deputado Cabo Almi .

O deputado Marquinhos Trad também protestou e esclareceu que não estava contra o governo, mas a favor da sociedade. “Ultimamente, aqui só vem passando medalha, enquanto projetos relevantes esbarram no Executivo”, recordou. Marquinhos considerou que as aprovações ao veto do governador desvalorizam os trabalhos da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que avalia o projeto como viável, para depois o Executivo vetar e os deputados apoiarem. “Se for só para dizer amém ao Executivo, então, fechamos a CCJ”.

Na quarta-feira Puccinelli vetou o projeto que sugeria a disponibilização, por parte do Poder Público, da vacina contra o HPV (principal causador do câncer do colo de útero) e o projeto que solicitava a divulgação do teor de sódio nos alimentos. Neste ano Puccinelli vetou outros 11 projetos e os vetos ainda serão apreciados na Assembleia.