A cúpula do PMDB, que trabalha para derrubar a reeleição do presidente estadual do partido, Esacheu Nascimento, segue firme na batalha. O primeiro passo para derrubar Esacheu foi dado com a coleta de assinaturas de lideranças do partido em apoio ao deputado estadual Junior Mochi (PMDB).

O plano tinha por objetivo conseguir o voto de uma maioria esmagadora, para deixar Esacheu sozinho na disputa e fazê-lo desistir. Porém, a estratégia não deu certo, pois Esacheu conseguiu assinaturas suficientes para montar uma chapa. Ao concluir que não avançaria na força, os caciques do PMDB recuaram e adotaram a estratégia de convencer Esacheu a aceitar um acordo. O governador André Puccinelli (PMDB) é um dos que lideram a tentativa de consenso no partido. Ele chegou a marcar uma reunião com Esacheu, Mochi e Carlos Marun (PMDB) para tentar um acordo, mas a reunião foi interrompida, sem acordos, por causa de compromissos de Puccinelli.

A nova agenda nem chegou a ser marcada e Mochi e Marun já anteciparam o encontro com Esacheu. Na noite desta quinta-feira (6), Marun e Mochi foram ao diretório estadual para tentar convencer Esacheu a compor a chapa da cúpula.

O deputado Junior Mochi, indicado pela cúpula para presidir o partido, conta que durante o encontro foram apresentadas propostas dos dois lados, para serem analisadas e discutidas em outros encontros. O deputado preferiu não antecipar detalhes para não atrapalhar a negociação, mas revelou que pretende conversar com Esacheu até o último dia de apresentação de chapas, que acontece no dia 12 de dezembro.

“Ai saberemos se vamos ter consenso ou vamos bater chapa. Não quero adiantar alternativas. Mas, vamos apreciar até o dia 11. Estamos aguardando a análise dele e do grupo que dá suporte a candidatura dele”, explicou Mochi. A eleição do novo presidente deve acontecer no dia 20 de dezembro.

O presidente do PMDB, Esacheu Nascimento, revelou que Marun e Mochi colocaram as condições que a cúpula do PMDB tem a oferecer. Após a reunião, ficou definido que os dois grupos seguem conversando para analisar a possibilidade de uma fusão.

Marun e Mochi externaram a dificuldade da chapa ter Esacheu como presidente, mas não descartaram a possibilidade. Esacheu, que até ontem dizia que só aceitaria consenso se fosse o candidato, já começa a mudar o discurso e diz que a política é um processo e representa o interesse do partido. “Em princípio mantenho a mesma posição. Já disse a eles que não desisti da minha candidatura. Mas, não é um projeto pessoal. É um projeto que atende a necessidade do partido”, justificou.

A rejeição a Esacheu começou depois que ele fez uma avaliação de que o partido errou na escolha do candidato em Campo Grande e que o prefeito Nelsinho Trad saiu enfraquecido da disputa, já que foi o coordenador da campanha de Edson Giroto (PMDB). A derrota, na avaliação de Esacheu, torna a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) a candidata natural do partido ao Governo do Estado.

Irritado com as declarações, Nelsinho ameaçou abandonar o partido se não fosse o escolhido e lançou a campanha contra o atual presidente, dizendo que uma reeleição dele significaria que o PMDB não o queria mais. As ameaças de Nelsinho desagradaram Simone. A vice-governadora declarou que não brigaria por cargos e rebateu Nelsinho, dizendo que era peemedebista e não abandonaria o partido se não fosse escolhida.

Nelsinho ganhou o apoio do senador Waldemir Moka (PMDB), do deputado Carlos Marun e do irmão, Fábio Trad (PMDB), na defesa de uma oxigenação no partido. O pedido de oxigenação, por sua vez, não agradou Esacheu, que prontamente rebateu, avaliando que “as pessoas que falam em oxigenação estão expelindo gás metano”.