Operação recolhe panfleto sobre sumiço de provas em processo contra Puccinelli Jr e Giroto

Material foi recolhido em dois pontos da Capital. Intenção foi evitar que a massa tivesse acesso ao conteúdo publicado pela revista de circulação nacional Isto É, no dia 4 de abril de deste ano.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Material foi recolhido em dois pontos da Capital. Intenção foi evitar que a massa tivesse acesso ao conteúdo publicado pela revista de circulação nacional Isto É, no dia 4 de abril de deste ano.

A distribuição gratuita de panfleto com a reprodução de reportagem da Revista Isto É, do dia 4 de abril, com a matéria intitulada “As Provas Sumiram”, transformou a sede da 3ª DP, localizada no bairro Carandá Bosque, em Campo Grande, na tarde desta terça-feira, 10, num verdadeiro encontro de fardas, patentes e ocupantes de cargos de primeiro e segundo escalão do Governo Estadual.

O burburinho na sede da delegacia começou logo após a detenção de cinco pessoas que estavam fazendo transporte e distribuição do material da revista Isto É. A reportagem da revista, assinada pela jornalista Izabella Torres, revela que “Gravações que sustentavam ação no STF contra o deputado Edson Giroto e o filho do governador de Mato Grosso do Sul desapareceram e comprometem a atuação da Justiça”. O Midiamax publicou, no dia 01 de abril (ver matéria relacionada abaixo) , o conteúdo disponibilizado no site da revista.

A reportagem cita que “As conversas entre o grupo de sustenção da campanha de André Puccinelli ao governo renderam cinco DVDs. Dois sumiram. Mas é justamente o que foi gravado nos dias 29 e 30 de setembro de 2006, com as conversas do filho do governador, que não integra o processo. Segundo Semy Ferraz, o áudio desaparecido é o que mais compromete o clã Puccinelli”.

Outro trecho da matéria afirma que “De acordo com denúncia do MP Federal, o governador de Mato Grosso do Sul, seu filho, André Puccinelli Júnior, e seus assessores “Idealizaram um plano para imputar falsamente” ao adversário do PT a acusação de crime eleitoral”.

Parte dos detidos panfletavam na Avenida Mato Grosso e outros foram abordados na Avenida Rachid Neder a bordo de um veículo carregado de panfletos. A ação, segundo um dos detidos, foi feita pela polícia e depois todos foram encaminhados para a delegacia. Dois veículos e o material também foram levados para a DP.

Com a apreensão dos panfletos, que somavam 80 mil unidades, conforme uma das pessoas conduzidas para a delegacia, foi ordenada verdadeira operação-abafa para barrar a disseminação do material nas ruas da Capital.

A intervenção do governo na operação-abafa ficou evidente com a chegada, na delegacia, secretário de governo do Estado, Osmar Domingues Jerônymo, que, ao chegar, foi direto para uma das salas do prédio, onde, provavelmente, o delegado colhia os depoimentos dos panfleteiros.

Além de Jerônymo, foram até a delegacia o diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Razanauskas Neto, o comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto David dos Santos, graduados e praças da PM, além de advogado representando o Governo.

A reportagem apurou que a suposta transgressão registrada nos boletins de ocorrência foi tipificada como violação de direito autoral. Segundo uma das pessoas que faziam a distribuição, os panfletos haviam sido encomendados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-MS). Até o momento, a CUT-MS não se manifestou.

A polícia faz monitoramento na noite desta terça-feira para localizar o possível depósito e a gráfica onde o material foi impresso.

Conteúdos relacionados

prefeito urt eleições