Sem o consentimento do governo, a Justiça eleitoral do Paraguai aceitou a chegada de uma missão de observadores da União das Nações Sul-americanas (Unasul) para as eleições presidenciais de abril de 2013. O anúncio foi feito nesta quarta-feira um porta-voz do Tribunal de Justiça Eleitoral (TSJE).

“A justiça eleitoral aceita a vinda de toda missão internacional independente da permissão do governo”, disse a jornalistas Luis Mauro, porta-voz do TSJE. A Unasul se somará assim à OEA, à União Europeia e ao Centro Jimmy Carter, estes três últimos convidados oficialmente pelo governo de Federico Franco.

A maioria dos países membros da Unasul não reconheceu Franco, no poder desde 22 de junho, após a destituição em um julgamento político do ex-presidente Fernando Lugo, acusado de mal desempenho de suas funções. Em sua última reunião em Lima, no fim de novembro, os governantes da Unasul ratificaram que reconhecerão ao presidente que seja eleito em 2013.

Franco disse que os observadores da Unasul “podem vir ao Paraguai, mas não vamos convidá-los”. Ele acrescentou que a Unasul não deu a seu governo nenhum espaço para defender sua posição diante do bloco. “O Estado paraguaio considera que foi atingido pelas consequencias e atitudes” da Unasul.

Desde junho, apenas os governos do Chile e da Colômbia ordenaram o retorno de seus embaixadores a Assunção. Mauro disse que o representante do bloco sul-americano, o peruano Salomón Lerner, enviou uma carta de confirmação do envio de observadores da Unasul.

Nas eleições de 21 de abril disputarão a presidência Horacio Cartes, candidato do Partido Colorado; Efraín Alegre, candidato do partido Liberal; Lino Oviedo, do partido Unace (direita); Mario Ferreiro, nomeado pelo movimento Avança País e Aníbal Carrillo, candidato da Frente Ampla de Lugo.