Juiz diz que compra de votos está superada e não é preocupação da Justiça Eleitoral

Para Wagner Mansur Saad, a prioridade é “assegurar que o eleitor tenha acesso tranquilo à votação e que não encontre filas”

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Para Wagner Mansur Saad, a prioridade é “assegurar que o eleitor tenha acesso tranquilo à votação e que não encontre filas”

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (3), o juiz da 54ª zona eleitoral de Campo Grande, Wagner Mansur Saad, minimizou a compra de votos na eleição. Para ele, a irregularidade é coisa do passado e não merece preocupação da Justiça Eleitoral, muito menos necessita de efetivo especial para fiscalizar eventuais casos, neste domingo (7), dia dos eleitores irem às urnas para eleger os novos prefeitos e vereadores.

“Não é a nossa preocupação, a nossa preocupação momentânea é assegurar que o eleitor tenha acesso tranquilo à votação, que não encontre filas”, disse Saad sobre a compra de votos. A afirmação leva em consideração o entendimento que compra de votos é coisa do passado. “Isso é um juízo de valor que temos que considerar superado”, avaliou.

Segundo Saad, os números corroboram tal entendimento e mostram que existe muito denuncismo. A experiência tem nos trazido que existe muito denuncismo. Em termos concretos os resultados não são minimamente proporcionais à quantidade de casos que se alardeia”, comentou.

Saad, no entanto, desclassificou a compra de votos e admitiu que o assunto é tema de destaque em campanhas publicitárias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para ele, a irregularidade é um “ataque à consciência coletiva”. “A preocupação do próprio TSE tem sido em divulgar e conscientizar o eleitor”, reconheceu.

Perseguindo fantasmas

Indagado, então, se a Justiça Eleitoral irá disponibilizar equipes para combater a compra de votos, Saad voltou a minimizar o assunto. “Qual a necessidade, nós estamos perseguindo um fantasma!”, exclamou.

“Quando você coloca a situação eu tenho que fazer uma concentração ou uma diminuição de atenção e esforço pra uma hipótese que nós temos apenas uma suposição histórica e sabendo do resultado dos últimos tempos que tem diminuído sensivelmente não acredito que fosse o caso, entretanto, volto a dizer não haverá desprezo para esta questão. A Justiça Eleitoral está atenta, mas nós não estamos mobilizando efetivo, meios, recursos para cuidar exclusivamente desta questão”, acrescentou.

Intervenção

Diante da manifestação do colega, o juiz da 53ª zona eleitoral, Alexandre Correa Leite, pediu a palavra para tentar amenizar o impacto das declarações de Saad. “Corroboro o que o doutor Wagner (Mansur Saad) falou, e acrescento que a Polícia Militar, Civil e Federal vão estar a postos para garantir a regularidade da eleição”, destacou.

Ele ainda tentou tranquilizar a população e explicou que é desejo da Justiça Eleitoral o fim da compra de votos. “A população pode estar tranquila nesse sentido que vai estar o máximo da força pública e da força eleitoral na rua para coibir qualquer prática irregular, embora a gente não queira acreditar que este tipo de coisa possa acontecer, a gente sabe que acontece quando acontece a gente toma as medidas cabíveis”, comentou.

Para finalizar, Alexandre Correa Leite fez um apelo pelo fim da compra de votos. “Conclamo os eleitores e os políticos para que não cruzem essa linha”, pediu.

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