Segundo o candidato, “um coordenador da campanha de Giroto nos telefonou se predispondo a fazer a contestação judicial para tentar garantir a participação do PSTU no debate”

Em nota, o PSTU, do candidato a prefeito Suél Ferranti, denunciou a tentativa de o PMDB “melar” o debate desta quinta-feira (4) da TV Morena por meio de ação judicial. A estratégia seria incentivar o PSTU a recorrer de decisão que tirou Suél do confronto de ideias, a ser transmitido a partir das 23h25.

A Rede Globo limitou a participação no debate a seis candidatos. A intenção da TV Morena, afiliada da emissora, era realizar o encontro com cinco dos sete candidatos a prefeito da Capital, mas Sidney Melo (PSOL) recorreu de decisão judicial e garantiu, hoje, presença no embate.

Dessa forma, caso Suél recorresse da decisão que barrou sua participação, o debate seria cancelado. “Um coordenador da campanha do (Edson) Giroto (PMDB) nos telefonou se predispondo a fazer a contestação judicial para tentar garantir a participação do PSTU no debate”, relatou Suél.

Segundo ele, o tal emissário é “conhecido há muito tempo por sua influência no PMDB e sabemos que ele está na coordenação da campanha”. “Mas só vou revelar o nome em juízo”, avisou o candidato.

A decisão de tornar pública a tentativa do PMDB, segundo Suél, ocorreu em comum acordo do partido. “Fizemos uma avaliação e chegamos à conclusão de divulgar a nota porque queriam jogar nas costas do PSTU a culpa de suspender o debate”, comentou.

Confira a nota do PSTU na íntegra:

Um assessor da candidatura de Giroto procurou o PSTU, na manhã desta quinta (04), sugerindo que o partido entrasse com recurso contra a decisão judicial que tira o candidato do partido, Suél Ferranti, do debate na TV Morena, previsto para esta noite.

Ocorre que, de acordo com as regras da TV Morena, o debate exclui Suél Ferranti e a TV ameaçou cancelar o evento caso o PSTU ganhe alguma liminar para participar. A entrada da ação pelo PSTU, e seu deferimento, seriam a desculpa para o cancelamento.

O PSTU denuncia as manobras do PMDB e da TV Morena em tentar impor regras antidemocráticas e impedir o debate, e também o papel do Judiciário em referendar isso. Para o partido, o TRE cai numa contradição quando reconhece as duas candidaturas como legais e legítimas, mas não garante igualdade de tratamento aos candidatos. Quanto à viabilidade “técnica” do debate, os anteriores já demonstraram ser possível. Outro questionamento da legenda diz respeito à TV pública estadual, sob controle de Puccinelli, que não realizou o debate.

O diretório municipal do PSTU questiona as concessões de rádios e TVs, tanto no governo do PT como nos anteriores, usados como instrumento de barganha em negociações políticas com as oligarquias regionais e pede a democratização da comunicação com uma “reforma agrária no ar” para democratizar as concessões permitindo que organizações sociais de âmbito nacional tenham acesso às redes de rádios e TVs para que exista verdadeiramente uma democracia no controle dos grandes meios de difusão social.

O PSTU afirma também que não servirá de joguete no embate entre outros partidos, sejam quais forem.  Afirma também que as candidaturas do partido visam divulgar o programa do PSTU que está embasado no socialismo no plano econômico, na democracia dos trabalhadores no plano político (a verdadeira democracia), e na esfera social num governo formado pela aliança entre os trabalhadores da cidade, do campo e os setores marginalizados na sociedade de consumo capitalista.

De acordo com Suel Ferranti, o partido rejeita a judicialização da disputa política e não vai tomar nenhuma medida pessoal sem antes ouvir os militantes do PSTU.

Diretório Municipal do PSTU