Os vereadores da Câmara de Campo Grande protagonizaram uma sessão de muita confusão nesta quarta-feira (19). Os problemas começaram quando na última sessão, na terça-feira (18), a vereadora Rose Modesto (PSDB) pediu destaque das emendas que reduziam o poder de Bernal do orçamento de 2013. Porém, o pedido não foi atendido por falta de quórum, já que os vereadores boicotaram a sessão e não retornaram para a votação.

Na sessão desta quarta, o presidente Paulo Siufi (PMDB) iniciou a votação da solicitação da vereadora e deu início a uma enorme confusão. Foram mais de 20 apartes de vereadores, em meio a discordâncias que pareciam não ter fim. Os vereadores demoraram muito tempo para entender o que acontecia e, após várias discussões, chegaram à conclusão de que a solicitação tratava apenas de decidir se votavam as emendas separadas do orçamento ou não.

A votação foi nominal e provocou revolta dos vereadores que eram contra a emenda que reduz o poder de Bernal. Com as emendas mantidas no relatório, após aprovação dos aliados de Nelsinho, os vereadores Thais Helena (PT), Alex do PT, Rose Modesto (PSDB), João Rocha (PSDB), Dr. Jamal (PR) e Marcelo Bluma (PV) tiveram que votar contra o relatório, mesmo com emendas de vereadores solicitando asfalto e até construção de capela.

A sessão foi marcada por várias conversas e tentativas de convencimento de vereadores que estavam indecisos. Até ontem (18) a oposição a Bernal estava vencendo por diferença de um voto, mas com a baixa de Herculano Borges (PSC), por conta de um problema de saúde, os aliados de Bernal viram a possibilidade de vitória escapar pouco a pouco. A derrota foi consolidada depois que os vereadores Athayde Nery (PPS) e Paulo Pedra (PDT) passaram para o lado do grupo de (PMDB). Com a maioria, a oposição só se preocupou em justificar o porquê estavam retirando a autonomia do prefeito.

A justificativa mais repetida foi a de que estavam recuperando uma autonomia perdida há vários anos na Casa. Para não ficar em uma situação difícil com os mais de 270 mil eleitores que elegeram Bernal, os vereadores disseram que vão votar a favor do prefeito quando os projetos forem para ajudar Campo Grande.

Em meio a toda confusão, os vereadores aprovaram o orçamento de R$ 2,7 bilhões para 2013. A previsão de investimentos é de R$ 814,9 milhões em Saúde, R$ 572 milhões em educação, R$ 550 milhões em transporte, R$ 48,5 milhões em Cultura, R$ 12,9 milhões em Esporte, R$ 32,1 milhões em Habitação e R$42,7 milhões em assistência social.