Após 16 anos de hegemonia do PMDB, vereadores querem recuperar independência

O vereador Paulo Pedra (PDT) solicitou ao prefeito Nelsinho Trad (PMDB) a presença de três vereadores na comissão que faz a transição entre a atual e a próxima administração, a ser comandada por Alcides Bernal (PP). O vereador explicou que a participação garantirá uma mudança de governo tranquila.

Além de garantir a paz entre as duas administrações, os vereadores também carregam o desejo de independência do Legislativo, que nos últimos 16 anos de hegemonia do PMDB, e com oposição reduzida, obedeceram ao que determinava André Puccinelli (PMDB) e Nelsinho Trad (PMDB).

O vereador acredita que a participação dele e de Thais Helena (PT) na transição de governo garantirá uma boa relação entre o Executivo e o Legislativo. A participação garantirá, entre outras coisas, a tranquilidade até em possíveis mudanças em nomenclatura de secretarias.

Pedra também defende mudança na Lei Orgânica para que algumas atitudes do prefeito só sejam tomadas após consultar a Câmara. A mudança faria o prefeito discutir, a exemplo, o aumento ou não da conta de água antes da proposta chegar até a Câmara.

O desejo de independência é forte na Câmara. Isso já pode ser visto nas declarações dos 21 vereadores eleitos na coligação de Edson Giroto (PMDB). A maioria já deixou claro que a partir de agora seguem independente, avaliando que a eleição acabou no dia 7 de outubro.

Com os aliados optando por caminhos independentes, cabe ao PMDB, com algumas contradições, seguir como oposição ferrenha. A briga política pode se vista na discussão sobre o aumento ou não do IPTU. O vereador Dr. Loester (PMDB) afirma que não é possível administrar sem recurso do IPTU, mas diz que votará pelo congelamento em repúdio a Alcides Bernal, que segundo ele, prometeu congelar o IPTU. A opinião é compartilhada por Vanderlei Cabeludo, que também é filiado ao PMDB e ligado a Puccinelli.

Enquanto peemedebistas ainda levam a discussão para o campo político, outros vereadores eleitos pelo grupo já agem de maneira independente. O vereador Paulo Pedra já deixou claro que achou o reajuste de 5,31% do IPTU razoável e que votará a favor. A opinião é a mesma do vereador Herculano Borges (PSC). Ele ressalta que a Câmara tem que garantir condições de trabalho ao novo prefeito.