´´Vou mandar desbloquear´´, diz Puccinelli sobre acesso ao Midiamax nas repartições
Após repercussão negativa da atitude, que proibiu os servidores de acessar o jornal em algumas repartições públicas, Puccinelli garantiu nesta terça-feira (22) que irá desbloquear o Midiamax
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Após repercussão negativa da atitude, que proibiu os servidores de acessar o jornal em algumas repartições públicas, Puccinelli garantiu nesta terça-feira (22) que irá desbloquear o Midiamax
Após a repercussão negativa do episódio, o governador André Puccinelli (PMDB) garantiu que irá desbloquear o acesso dos funcionários públicos estaduais ao Midiamax, em declaração dada na manhã desta terça-feira (22) durante inauguração da reforma do prédio da Cigcoe em Campo Grande.
“Para mim, bloquear ou não bloquear, não tem que bloquear nada. (…) Não é do nosso feitio. Vou mandar desbloquear”, afirmou o governador ao ser questionado.
O acesso ao jornal eletrônico a partir de computadores de secretarias, autarquias e órgãos ligados ao governo estadual estava bloqueado há alguns meses, conforme reportagem veiculada no último sábado (19). No início da interdição, era exibida a mensagem “Página não encontrada” em uma tela com o brasão do Estado e o logotipo da Superintendência de Gestão de Informação (SGI).
Tempos depois, nenhuma imagem aparecia e o navegador não conseguia sequer carregar a página. Demais veículos de comunicação não recebiam tal tratamento.
Puccinelli afirmou que desconhecia o bloqueio mas prometeu apurar responsabilidades. “Não sei quem é, vou tomar conhecimento disso aí”, disse.
Repercussão
A Associação Brasileira de Imprensa saiu em público para defender a liberdade de informação e atribuiu ao caso a conotação de censura. O presidente da entidade, Maurício Azêdo, chegou a dirigir um comunicado ao governador condenando a grave violação das liberdades asseguradas na Constituição Federal e solicitando a “imediata cessação das violências em curso”.
Autoridades políticas e especialistas ouvidos pelo jornal após a publicação da matéria manifestaram preocupação com o episódio. O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), destacou que a imprensa deve ser respeitada quando cumpre seu papel de informar com veracidade “mesmo quando as notícias trazem fatos ou informações adversas a qualquer administração”.
O vereador e presidente da Câmara de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB), avaliou o bloqueio como algo muito ruim para a democracia: “sempre lutei para que as opiniões sejam preservadas. Isto [o bloqueio] é inconcebível”, afirmou.
A Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems), entidade que representa 20 mil trabalhadores (54% do funcionalismo público estadual), também viu com receio o caso. “Nossa posição é bem clara: somos a favor da democracia e da plena liberdade de expressão”, declarou o presidente Jaime Teixeira.
O coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Federal (UFMS), professor Gerson Luiz Martins, considerou “inusitado” o bloqueio e reprovou a medida adotada pelo governo do Estado. “Privar as pessoas do acesso à informação é algo que tem de ser condenado. Não conhecia nenhum caso nesse sentido”, disse.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS, Sindjor-MS, questionado sobre a atitude denunciada, disse que só poderia se manifestar após ouvir ¨membros da diretoria¨. Até o momento não se pronunciou.
O Midiamax recebeu ainda menções de apoio e solidariedade do deputado federal Vander Loubet (PT/MS) e do ex-governador Zeca do PT. O parlamentar repudiou o bloqueio e defendeu o fortalecimento da imprensa livre; o ex-governador chegou a comparar o caso à perseguição ao site WikiLeaks, que divulgava informações sigilosas sobre os governos que não estavam acessíveis à opinião pública.
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