“Governo Federal, diferente de alguns governos, não tem visão mesquinha”, disparou o líder de Dilma na Câmara sobre reclamações de Puccinelli.

O líder do governo na Câmara Federal, Cândido Vaccarezza (PT-SP), rebateu as insinuações de (PMDB-MS) de que a liberação de R$ 5 milhões para Mato Grosso do Sul seria uma decisão “com critério político”. Após as chuvas intensas que deixaram estragos no Estado, o governador se negou a responder quanto possui de reservas em caixa e reclamou da ajuda recebida da União.

Em Campo Grande, o deputado federal afirmou que não houve conotação política na ajuda federal ao governo do Estado. Assim como Mato Grosso do Sul, MT, um estado maior e que foi atingido pelas mesmas chuvas em quantia superior de municípios, também recebeu R$ 5 milhões.

“O governo federal, diferente de alguns governos, não tem uma visão mesquinha quando olha para o estado ou município. Não interessa para a Dilma perguntar de que lado está o governador. Se o Puccinelli apoiou ou não apoiou a Dilma, isso é secundário para ela”, afirmou Vaccarezza. “O governo federal não fará nenhuma discriminação em relação a Mato Grosso do Sul”, completou, falando sobre investimentos federais no Estado.

O governador André Puccinelli (PMDB) se recusou a informar qual o tamanho das reservas que afirmou ter nos cofres de Mato Grosso do Sul para enfrentar situações de emergência como os estragos causados pelas chuvas. Em entrevista coletiva no dia 9, ele disse que “quem quiser saber isso, tem que procurar nos balancetes mensais enviados para o Tribunal de Contas”.

No TCE, a informação é de que o Governo tem até 31 de março para entregar o Relatório de Execução Orámentária, citado pelo governador, e que o mesmo ainda não foi disponibilizado pelo governo estadual.

Vaccarezza desembarcou em Campo Grande na noite desta segunda-feira (14) para representar o governo federal na cerimônia de lançamento da 73ª Expogrande, no Parque de Exposições Laucídio Coelho. Antes, porém, o parlamentar fez uma visita ao ex-governador Zeca do PT. “Fiz questão de passar na casa do Zeca porque tenho amizade muito grande e ele é uma das pessoas que fizeram a história do PT”, disse.

PAC sem cortes

O líder do governo deu outra explicação para os cortes de R$ 101 milhões em emendas da bancada federal sul-mato-grossense. A crise mundial de 2009 fez com que o Brasil adotasse medidas econômicas rápidas, como aumento de investimentos e redução de juros e impostos, e agora o país precisa quitar o débito daquelas ações emergenciais. “Isso é uma conta, uma hora você tem de pagar. Estamos saldando uma conta do enfrentamento da crise”, disse.

Vaccarezza afirmou também que o Estado terá recursos federais para a recuperação dos estragos causados pelas chuvas, mas não adiantou valores. Em relação às principais obras do governo, nos PACs (Programas de Aceleração do Crescimento), disse que não haverá cortes.