Mais de cinco mil leitores votaram na enquete, e deixaram o predileto de Puccinelli, (PR), em terceiro lugar. Rejeição reflete reação de peemedebistas ao projeto do governador, que tenta emplacar Giroto como candidato na sucessão de Nelsinho em Campo Grande.

O vice-prefeito de Campo Grande, , foi o escolhido pelos 5004 leitores do Midiamax que votaram na enquete sobre quem será o candidato do PMDB à sucessão de Nelsinho Trad. A votação foi realizada no período entre o último dia 4 e esta terça-feira (10).

Dos peemedebistas já anunciados como pré-candidatos do partido, Edil Albuquerque venceu com 40,11% dos votos, seguido pelo secretário estadual Carlos Marun, com 33,89%, e pelo vereador Paulo Siufi, com 4,64%. O Edson Giroto (PR), apontado como preferido do governador Puccinelli, não emplacou e terminou em terceiro lugar, com 13,09%.

Em recente reunião para conversar sobre as eleições em Campo Grande, o governador pediu ‘paciência’ aos aliados e apresentou pesquisas que incluem o ex-secretário de obras dele, Giroto, entre as opções.

A intenção de Puccinelli, que tenta emplacar o preferido como candidato com apoio do PMDB, novamente causou reação entre os peemedebistas.

Amigo antigo

Giroto é afilhado político do governador de longa data. Quando Puccinelli foi prefeito de Campo Grande, entre 1997 e 2004, Edson exerceu o cargo de secretário de obras. Na primeira eleição do governador, em 2007, houve a ascensão natural de Giroto à pasta estadual.

Em junho de 2009, com as bênçãos de Puccinelli e do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, Edson se filiou ao Partido da República.

Na época, foi cogitada a possibilidade de Giroto concorrer como vice de André, mas o PMDB pressionou por uma candidatura chapa-pura e Simone Tebet, então prefeita de Três Lagoas, deixou o cargo para ser a vice-governadora.

Mesmo assim, Edson Giroto (PR) saiu candidato à Câmara dos Deputados, mesmo fora do PMDB, e recebeu mais dinheiro do comitê de campanha de André Puccinelli do que todos os outros candidatos peemedebistas juntos.

Declaradamente o predileto do governador, Giroto custou R$ 1.024.150,00 para o caixa de campanha do governador, enquanto os outros oito candidatos do PMDB ficaram com R$ 844.250,00, segundo as declarações oficiais dos concorrentes que estão disponíveis para consulta pública no site do Tribunal Superior Eleitoral.

Problemas na justiça

Edson Giroto responde a processo no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Ele é acusado de tentar incriminar, em 2006, o então deputado estadual e candidato à reeleição Semy Ferraz (PT) por compra de votos.

A Vintém, da Polícia Federal, identificou Giroto, Mirched Jafar Júnior, André Puccinelli Júnior e Edmilson Rosa como suspeitos de forjar um flagrante contra Semy.

Durante as investigações da Operação Uragano, da Polícia Federal, Giroto chegou a ser apontado como suposto sócio de André Puccinelli na propriedade de uma das empreiteiras que mais ganham nas licitações de Mato Grosso do Sul.

Após o encerramento do inquérito, a PF informou que enviou as informações para os órgãos competentes por dar sequência ou não à apuração das denúncias.

O resultado da enquete reflete a resistência que o aliado de Puccinelli enfrenta no próprio meio peemedebista. A votação, realizada sem rigor científico, possui recursos para dificultar interferências na votação, como registro dos endereços IP que impede o mesmo computador de votar duas vezes.