Para os parlamentares, o serviço é “malfeito”, descumpre cláusulas contratuais e as empresas devem reformar os trechos que “esfarelam” com o trânsito e chuvas. Muitos trechos estão destruídos antes de serem inaugurados.

Um dos efeitos mais notados depois das fortes chuvas que assolaram Campo Grande nas últimas semanas foi o “esfarelamento” do asfalto de grande parte da cidade. No centro e nos bairros a situação foi a mesma: buracos e mais buracos pelas ruas.

Diante dessa constatação vereadores da Capital culparam o “serviço ruim” das empreiteiras que realizam o asfaltamento. Os parlamentares também questionam o papel da Prefeitura Municipal na hora de receber as obras. Há alguns meses, o prefeito Nelson Trad Filho, questionado sobre asfaltos com defeitos em obras novas, disse que exigiria qualidade de quem fez os serviços.

“Essas empreiteiras que realizaram obras no último ano não fizeram direito. O problema está na compactação do asfalto, que desmancha com o tempo. Existem cláusulas no contrato com a Prefeitura e, na minha opinião, as empresas devem refazer o serviço”, afirmou o vereador Cristóvão Silveira (PSDB) durante a sessão desta terça-feira (15) na Câmara Municipal de Campo Grande.

Oposição na Casa de Leis, o petista Marcos Alex também considera o asfaltamento malfeito. “Essa falta de qualidade e critérios no serviço gera desconfiança na população, que começa a acreditar que a Prefeitura possa ser conivente e pensam até em ‘mutretas’. Por isso o trabalho tem que ser refeito, e dessa vez, com qualidade”, comentou o parlamentar.

Já presidente da Câmara, Paulo Siufi (PMDB), afirmou que não acredita nessas possíveis “mutretas”, porém não ameniza para a prefeitura. “O poder público tem que chamar essas empreiteiras e mandar refazer todo o serviço, essa é uma obrigação da Prefeitura e da Câmara Municipal”, opinou Siufi.

Na defesa do poder municipal, o líder do prefeito na Casa Flávio César (PT do B), afirmou que a prefeitura de Campo Grande está avaliando os problemas e trará “soluções” definitivas para as inundações e “esfarelamento” da massa asfáltica.

Exemplo do resultado das obras de recapeamento é o bairro Santo Antônio. O asfalto foi entregue em várias regiões do local por volta de setembro do ano passado. Porém já de março, seis meses depois, o que se vê no bairro é “pó de asfalto”, segundo os próprios moradores.