O prefeito de Alcinópolis, Manuel Nunes da Silva, disse que não comentará sobre o assassinato do vereador Carlos Antônio Carneiro, morto a tiros no dia 26 de outubro do ano passado em Campo Grande.

No dia 18 de março, Alcino Fernandes Carneiro, pai do vereador, na saída do 2ª Vara do Tribunal do Júri, onde estava ocorrendo uma audiência sobre o caso, acusou abertamente Manoel Nunes da Silva ao dizer “o mandante é o prefeito. Se não foi ele, fui eu. Pode até me matar se quiser”.

No dia seguinte à acusação, a reportagem ligou para o prefeito de Alcinópolis que prometeu falar sobre o caso na terça-feira. Hoje, ao receber uma ligação, o prefeito disse “não vou comentar sobre isso” e desligou o telefone.

Última audiência

Na noite de ontem, Irineu Maciel, acusado de atirar contra Carneiro, e Valdemir Vansan, apontado pelo próprio Irineu como mandante do crime, prestaram depoimento. Ambos negaram a delação premiada – onde poderiam reduzir um terço da pena, caso condenados, se colaborassem com as investigações.

Irineu negou que o crime teve motivações políticas. Ele alegou que matou o parlamentar por vingança, pois tinha sido “humilhado” pela vítima. Para cometer o ato, ele teria ligado duas vezes para Carneiro fingindo ser um empresário interessado em abrir um frigorífico em Alcinópolis. Para fechar o suposto acordo, um encontro foi marcado no Hotel Vale Verde, em Campo Grande, onde o vereador foi assassinado.

Já Valdemir negou qualquer participação no crime. Ele contou que estava em casa no momento do assassinato e não conhece ninguém da família de Carneiro. O acusado acredita que Irineu o envolveu na história porque está “escondendo alguém”.

O crime

Carlos Antônio Carneiro foi morto por volta das 13 horas do dia 26 de outubro, em frente ao hotel Vale Verde. Ele foi atingido por tiros e morreu no local.

Segundo a polícia, dois agentes da DGPC (Delegacia Geral De Polícia Civil) perceberam a movimentação do pistoleiro Ireneu Maciel, conhecido como Vaca Magra, e o seguiram. Ele foi preso com o comparsa Aparecido de Souza Fernandes, que pilotava a motocicleta que daria fuga à dupla. Fernandes disse em depoimento que não sabia que o colega era pistoleiro e que ia matar o vereador.