Preso em Campo Grande sob a acusação de chefiar esquema de corrupção, o prefeito de Dourados, Ari Artuzi, soube pelo advogado, Carlos Marques, que a Executiva Estadual do PDT o expulsara do partido. “Ele já imaginava que isso fosse acontecer. Artuzi já tinha desgastes políticos com o partido. Não foi uma surpresa”, conta Marques.

O advogado reclama que Artuzi não foi sequer intimado sobre o processo interno que sofreria na sigla, ou seja, não teve chances de se defender. Ele aguarda o comunicado oficial do PDT para decidir se tomará ou não alguma atitude quanto à expulsão. Conforme o advogado, Artuzi não comentou se ainda deseja continuar filiado à legenda.

Em nota encaminhada à imprensa ontem, o presidente regional do PDT, deputado federal, Dagoberto Nogueira, pontua três questões que levaram a executiva a tomar tal decisão: Artuzi é réu em processo crime com denúncia recebida pelo Tribunal de Justiça; as novas evidências de corrupção divulgadas nos últimos dias pela imprensa de todo o País e, por último, um grave ato de indisciplina partidária.

Dagoberto explicou que Artuzi desrespeitou a convenção do PDT que decidiu pela aliança com Zeca do PT, candidato ao governo do Estado. Artuzi preferiu declarar apoio ao governador André Puccinelli (PMDB) que busca a reeleição.

O tesoureiro do partido, Donizete Aparecido da Silva, que participou da decisão da Executiva de expulsar Artuzi, explicou que ele será citado e terá oito dias para apresentar, caso queira, sua defesa.

Contudo, ele explica que tal atitude será uma mera formalidade, já que a Executiva dificilmente voltaria atrás na decisão de tirar o prefeito da legenda. “Ele tem um histórico de indisciplina”, acusa.

Além de expulsar Artuzi, o PDT também dissolveu todo o diretório do partido em Dourados que era chefiado por nomes ligados ao prefeito. O presidente era Edvaldo Moreira que está preso por envolvimento no esquema de corrupção supostamente liderado por Artuzi. Agora, a legenda passa a ser comandada provisoriamente por Zé Elias, ex-prefeito do município.

Agora, caberá à nova comissão provisória reorganizar o partido e iniciar o processo para apurar o envolvimento dos vereadores Aurélio Bonatto, Edvaldo Moreira e Junior Teixeira no escândalo de corrupção, desbaratado, na Operação Uragano da Polícia Federal.