A minoria peemedebista que está insatisfeita com a maneira pela qual está sendo acelerado o acordo entre o partido e o PT em torno da sucessão presidencial promete provocar dificuldades internas para o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), principal cotado para ocupar a vaga de vice-presidente na chapa encabeçada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A decisão da cúpula peemedebista alinhada com o PT de antecipar para 6 de fevereiro a Convenção Nacional do partido provocou reação entre lideranças regionais peemedebistas.

Porta-voz do grupo oposicionista do partido, o presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, garante que pelos menos outros seis diretórios estaduais do partido não aceitam a mudança da data, concebida para acelerar as definições do acordo entre PT e PMDB para as eleições.

A Executiva Nacional do PMDB marcou reunião de emergência para quarta-feira, em , para tentar resolver o impasse. A ala oposicionista quer manter a convenção para o dia 8 de março. Neste grupo estariam os diretórios de São Paulo, , , Paraná, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Acre, estados onde o PT tradicionalmente é um adversário, e não um aliado eleitoral. A convenção será responsável pela escolha do novo dirigente nacional do partido e a reeleição de Temer é dada como certa.

A contrariedade do grupo com a nova data foi expressa por Quércia em encontro com Temer em São Paulo na sexta-feira. O presidente nacional deixou o encontro sem garantir que desistiria da antecipação. Os oposicionistas reclamam que souberam da decisão da Executiva por meio da imprensa

A oposição peemedebista realizou uma reunião extraordinária no diretório estadual do PMDB de Santa Catatina para definir estratégias contra a antecipação da data, entre elas a possibilidade de medidas judiciais para garantir a realização da Convenção Nacional em março. A discussão foi acompanhada por telefone pelo governador do Paraná, Roberto Requião, por Quércia, de São Paulo, e por dirigentes do partido no Rio Grande do Sul.

Nos bastidores do partido, a maioria favorável à aliança com o PT já admite que pode até mesmo abrir mão da antecipação da convenção para apaziguar as irritações internas.