No MPF, entidades reclamam de falta de punição a Puccinelli
Sindicalistas pediram que órgão investigue se no suposto esquema do mensalão, envolvidos “mexeram” também em recursos federais
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Sindicalistas pediram que órgão investigue se no suposto esquema do mensalão, envolvidos “mexeram” também em recursos federais
Representantes de entidades de classe, aproveitaram a reunião com o procurador-chefe do MPF (Ministério Público Federal), Blal Yassine Dalloul, para reclamar da falta de punição por supostas irregularidades já cometidas pelo governador André Puccinelli (PMDB). Foram citados o caso Semy Ferraz e o tapa em um cidadão na Capital. O encontro de hoje teve como objetivo pedir apuração de desvio de recursos federais no esquema relatado em gravação pelo primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ary Rigo (PSDB).
O presidente do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, Paulo Ângelo, mencionou que há quatro anos, nas eleições de 2006, a Polícia Federal, descobriu armação de falso flagrante contra o então deputado estadual Semy Ferraz (PT). Policiais federais acharam santinhos do então deputado, que brigava pela reeleição, dinheiro e uma lista com nomes de supostos eleitores de Semy Ferraz.
A papelada estava no banco traseiro de um Fiat que era usado por Benoal Prado Sobral, coordenador do comitê eleitoral da campanha do parlamentar petista. O plano teria sido arquitetado por pessoas próximas a Puccinelli, inclusive, com a participação do filho dele, o advogado André Puccinelli Jr.
“Faz quatro anos que isso aconteceu e até agora ninguém foi preso. Não queremos perder a confiança nas instituições”, disse Ângelo. O presidente do CDDH mencionou ainda a agressão de Puccinelli ao montador de acessórios de carro Rodrigo Campos Roque, 23, no conjunto Aero Rancho, em Campo Grande, durante uma passeata eleitoral, no mês de julho.
Ele lembrou que delegacias se recusaram a registrar Boletim de Ocorrências, o que ele considera uma afronta aos direitos humanos. “Eu sei que o senhor está ouvindo coisas que não deveria ouvir, mas é apenas um desabafo nosso contra poderosos desse Estado”, disse.
Blal destacou que o caso Semy Ferraz não está nas atribuições do MPF, mas mencionou que a importância de se preservar o estado de direito e a verdade dos fatos.
Além do CDDH, também participaram da reunião representantes da Fetems (Federação dos Trabalhos em Educação), ACP (Associação Campo-grandense dos Professores), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sintss (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde e Seguridade Social do Estado de Mato Grosso do Sul), MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) entre outros.
Eles entregaram ao procurador-chefe do MPF documento no qual pedem investigação dos fatos levantados por Rigo e punição de culpados.
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