Murilo Zauith rejeita interferência de Puccinelli

Democrata avalia que primeiro André tem que fechar aliança com o BDR para somente depois dar “palpite” nas decisões do grupo

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Democrata avalia que primeiro André tem que fechar aliança com o BDR para somente depois dar “palpite” nas decisões do grupo

Sempre afinado com o governador André Puccinelli (PMDB), o vice Murilo Zauith (DEM) ficou contrariado com a declaração dada ontem pelo chefe do Poder Executivo durante evento na nova sede do PMDB, em Campo Grande. Pré-candidato à reeleição, André mencionou que poderia até se afastar de suas funções durante a campanha, caso o vice desistisse de concorrer ao Senado e assumisse o governo.

Ocorre que disputar o Senado é um antigo sonho de Murilo e, hoje, um projeto do BDR (Bloco Democrático Reformista), composto por DEM, PSDB e PPS. “A candidatura não é só minha, mas do grupo todo. Ele tem que conversar com o bloco. Afinal, ele vai ou não se aliar ao bloco?”, questiona Murilo que até agora não ouviu uma palavra do governador sobre aliança para as eleições.

O vice-governador demonstra não ter gostado do que ele chamou de “interferência” e de “palpite” de André no projeto do seu grupo político.

“Primeiro ele teria que conversar com o bloco sobre a aliança. Por enquanto, ele não pode interferir na minha candidatura que, aliás, é do BDR”, mencionou. “Se não falar com o grupo antes, ele não pode dar palpite no nosso projeto”, reforçou.

O democrata explica que não se negaria a um diálogo com André sobre a possibilidade de permanecer no governo. Contudo, esclarece que sua desistência em concorrer ao Senado dependeria de outra questão.

“O bloco não abre mão da vaga ao Senado. Assim, nós precisaríamos de outro nome com possibilidade de vencer as eleições, ou seja, teria que surgir uma liderança que aparecesse nas pesquisas de intenção de votos com índices iguais ou superiores aos meus”, detalha.

Por enquanto, Murilo continua engajado em sua candidatura ao Senado. Hoje, ele está no município de Antônio João, na companhia do seu parceiro de sigla, o deputado estadual Zé Teixeira e o presidente regional do PSDB e também deputado estadual Reinaldo Azambuja. Lá, ele participa de uma festa a convite do prefeito Juneir Marques (PSDB).

Murilo não precisa se afastar da vice-governadoria para concorrer ao Senado, porém não pode assumir a cadeira do titular a partir de 4 de abril, do contrário fica inelegível.

O vice-governador teria ainda uma oportunidade de assumir o comando do Estado em fevereiro, mas não o fará. Ele acompanhará o governador em viagem internacional de 13 a 23 de fevereiro. André e comitiva devem percorrer Roma e as cidades russas Moscou e St. Petersburg.

Neste período, quem assumirá o governo do Estado é o presidente da Assembléia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB). A Casa de Leis ficará sob o comando do petista Pedro Kemp.

Uso da máquina

Ontem, durante evento do PMDB, na presença do governador do Parará e pré-candidato à presidência da República, Roberto Requião, André não só anunciou o desejo de se afastar na campanha, como também explicou seus motivos.

“Isso para ninguém dizer que estou usando a máquina. E vir com desculpinhas, que bateu na trave, ou que o juiz robou”, finalizou o governador de MS.

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