Acusado de comandar um dos governos mais autoritários e violentos da Bolívia, o ex-presidente da República Luis García Meza Tejada (1980 a 1981), de 81 anos, foi convocado pela Justiça para prestar esclarecimentos sobre os mortos e desaparecidos durante sua gestão. A ordem partiu do procurador do Ministério Público Isabelino Gómez. A convocação se baseia em investigações do Ministério Público, em declarações de autoridades e dados revelados pela imprensa.

As investigações sobre as mortes e desaparecimentos, ocorridos na gestão de Meza, foram motivadas a partir de um pedido do ex-deputado Bernardo Montenegro contra o ex-procurador da República, Jorge Gutierrez. Montenegro acusou Gutierrez de usar métodos de paramilitares para fazer perseguições e violar direitos humanos.

O ex-deputado acusou o ex-procurador de ter autorizado o assassinato e o desaparecimento do corpo do ex-líder socialista Marcelo Quiroga Santa Cruz e de outros críticos do governo de Meza. Todos são investigados pelo Ministério Público da Bolívia.

As informações são da Presidência da República da Bolívia. Gómez ouviu esta semana o ex-ministro do Luis Arce Gómez sobre as denúncias de assassinatos e desaparecimentos envolvendo autoridades da época de Meza. As acusações estão sendo investigadas.

De acordo com o procurador, as declarações do ex-presidente, do ex-ministro e dados revelados pela imprensa serão confrontados e analisados, assim como serão usadas as conclusões das investigações em curso.