Jornal Valor cita personalismo, agressividade e polêmicas envolvendo André Puccinelli
Matéria deu espaço para denúncia de Zeca do PT contra a campanha do governador: “compraram, se apropriaram de títulos, impedindo que os eleitores comparecessem”
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Matéria deu espaço para denúncia de Zeca do PT contra a campanha do governador: “compraram, se apropriaram de títulos, impedindo que os eleitores comparecessem”
Matéria divulgada hoje pelo Jornal Valor Econômico cita que o governador André Puccinelli (PMDB) tomará posse para seu segundo mandato no dia 1º de janeiro “mantendo seu estilo de governar, polêmico, personalista, e que tenta não dar importância para os partidos”. O veículo diz que Puccinelli terá em seu primeiro escalão nomes de sua cota pessoal, “amigos”, ignorando a vontade de partidos aliados que ajudaram em sua reeleição.
O texto relembra episódios em que o governador deu demonstrações de agressividade como o tapa no rosto de um cidadão em plena campanha eleitoral e a espantosa declaração de que ‘estupraria’ o então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em praça pública caso ele aparecesse no Estado.
A matéria abre espaço ainda para o testemunho do ex-governador Zeca do PT que enfrentou Puccinelli nas eleições deste ano. O petista, inclusive, faz uma denúncia contra o adversário. “Todo mundo sabe que foi montado um grande esquema para evitar que as pessoas votassem. Compraram, se apropriaram de títulos, impedindo que os eleitores comparecessem. É um expediente mais garantido a compra de votos”, afirma Zeca.
O jornal traz hoje matérias sobre vários governadores do País. Geraldo Alckmin, governador eleito de São Paulo, é citado como um governante que dará espaço a políticos aliados. Já sobre Beto Richa, do Paraná, é mencionado que ele começará o mandato sob críticas, devido à contratação de parentes para cargos importantes no governo.
Mas, o texto referente a Puccinelli é um dos mais ácidos: “Boa parte de seu secretariado poderia ser considerado cota pessoal, de amigos que lhe rendem obediência sem expressão política. Pesam contra o governador, além dos famosos episódios em que deu demonstrações de agressividade, pelo menos dois processos na Justiça que põem em dúvida o devido trato da coisa pública”.
A reportagem do Midiamax já buscou contato com a assessoria do governo do Estado e aguarda retorno.
Leia na íntegra a matéria do Valor Online
Puccinelli monta equipe sem atender a partidos
Ele é o governador que durante a campanha eleitoral deste ano deu um tapa no rosto de um cidadão. É o mesmo que, numa declaração que causou espanto, disse que “estupraria” em praça pública o então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, caso ele aparecesse em seu Estado. O bom comportamento, definitivamente, não está entre as maiores qualidades de Andre Puccinelli, que renova seu mandato neste sábado para continuar comandando com mão de ferro o Mato Grosso do Sul.
Entre os candidatos a governador do PMDB, Puccinelli foi o único que se elegeu na conta de opositor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas apesar da fama de centralizador e autoritário, Puccinelli cogitou flexibilizar sua posição em relação ao governo federal. Disse que mudaria de lado e apoiaria Dilma Rousseff, caso ela e Lula não apoiassem seu adversário na corrida estadual, o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Não colou. A desconfiança e a antipatia que Puccinelli sempre despertou impediram o acordo.
De resto, quando tem a oportunidade, o governador é implacável. Até com colegas de partido. Que o diga o senador Valter Pereira, que não conseguiu obter legenda para concorrer à reeleição e rompeu com Puccinelli, por ter lhe fechado as portas do PMDB no Estado. “Ele governa com o terror. Quem não se curva é tratado a chicote”, ataca seu opositor, Zeca do PT.
Mas como um político de temperamento tão açodado teria conseguido se eleger e se reeleger? O ex-governador tem várias explicações. A primeira diz respeito à divisão de seu próprio partido, em 2006. Para Zeca do PT, a candidatura de Delcídio Amaral – eleito neste ano para o Senado – não conseguiu à época unificar uma estratégia, rejeitou alianças com partidos como PDT e PR e facilitou a vitória de Puccinelli.
Uma vez eleito, o pemedebista teria dado continuidade às principais políticas do petista.
“Ele pegou um Estado bem melhor do que aquele que eu tinha herdado, em 1999, e que estava absolutamente estourado após 20 anos de domínio de dois grupos”, afirma José Orcírio, em referência ao que chama de wilsismo, período governado por Wilson Martins, e pedrismo, liderado por Pedro Pedrossian.
O ex-governador tem ainda mais duas explicações. Afirma que Puccinelli fez um arco de alianças enorme e canalizou apoios dizendo que seria praticamente candidato único, com apoio do presidente, mas que, na última hora, teria dado “um balão em Lula”. A segunda causa tem tom de denúncia: as eleições não teriam sido limpas. “Todo mundo sabe que foi montado um grande esquema para evitar que as pessoas votassem. Compraram, se apropriaram de títulos, impedindo que os eleitores comparecessem. É um expediente mais garantido a compra de votos”, afirma Zeca do PT. O índice de abstenção no primeiro turno, contudo, não foi acima da média nacional..
Seja como for, Puccinelli se reelegeu e tomará posse mantendo seu estilo de governar, polêmico, personalista, e que tenta não dar importância para os partidos. Boa parte de seu secretariado poderia ser considerado cota pessoal, de amigos que lhe rendem obediência sem expressão política. Pesam contra o governador, além dos famosos episódios em que deu demonstrações de agressividade, pelo menos dois processos na Justiça que põem em dúvida o devido trato da coisa pública.
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