Ao contrário dos comentários que circulam em Alcinópolis, o prefeito Mané Nunes (PR) não está foragido. O delegado de Alcinópolis, Camilo Kettenhuber Cavalheiro, informou que, inclusive, o prefeito esteve na delegacia na tarde desta quarta-feira (27).

Embora não seja considerado suspeito pela polícia, Mané Nunes prestou depoimento espontaneamente. Além do delegado de Alcinópolis, o depoimento foi acompanhado pelo delegado titular de Coxim, Bruno Henrique Urban, que auxilia na segurança do município.

Segundo Cavalheiro, o prefeito negou envolvimento com o assassinato do presidente da câmara de Alcinópolis, Carlos Antônio Costa Carneiro, de 40 anos, que foi executado com três tiros na tarde de terça-feira (26) na avenida Afonso Pena, bairro Amambaí, em Campo Grande.

“O prefeito respondeu tranquilamente a todas as perguntas. Além disso, deixou claro que não tinha nenhum problema pessoal com o presidente, apenas divergências políticas”, frisou o delegado. Em nenhum momento Mané Nunes deixou a cidade, “ele apenas está seguindo algumas orientações da polícia para preservar sua integridade física”, garantiu Cavalheiro.

Boatos também dão conta de que parentes do presidente teriam saído às ruas com armas em punhos dizendo que iriam matar o prefeito. De acordo com os boatos, um deles teria ido até a frente da prefeitura. As informações que chegam de Alcinópolis é que pelo menos três parentes de Carneiro teriam atribuído o crime à Mané Nunes.

Por telefone, Mané Nunes informou que não foi ao velório e também não vai ao enterro, que será às 19 horas, pois os boatos o deixaram numa situação complicada. As suspeitas sobre o prefeito se restringem as declarações do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) e do vice-prefeito Alcino Carneiro (PDT), que é pai da vítima.

O governador André Puccinelli (PMDB) chegou a condenar as declarações de autoridades imputando o crime ao prefeito. Para o governador, que participou do velório, não se deve acusar ninguém sem ter certeza. “E se o prefeito não for culpado? Como é que ficam os acusadores?”, questionou Puccinelli.

Na opinião de Mané Nunes, pessoas maldosas estão aproveitando para explorar a tragédia politicamente. “Não estou me referindo nem ao meu vice, mas as pessoas que não respeitam a dor da família e ficam alimentando esses boatos, justamente porque tivemos divergências administrativas que acabou nos afastando”, comentou o prefeito.