Em reunião ocorrida na tarde desta sexta-feira, em Campo Grande, o DEM decidiu abrir processo de expulsão contra os vereadores envolvidos no escândalo de corrupção que resultou na prisão do prefeito Ari Artuzi (PDT), quase toda a composição da Câmara Municipal, secretários municipais e empresários.

Após o encontro, ocorrido na sede do diretório regional, o partido resolveu instaurar processo disciplinar contra os vereadores Sidlei Alves, presidente da Câmara de Dourados, Marcelo Barros, Gino Ferreira e Paulo Henrique Bambu.

O argumento do grupo é que a decisão segue os trâmites legais determinados pelo o Estatuto do DEM. Na prática, somente após 30 dias é que o partido presidido pelo vice-governador Murilo Zauith, irá dar destino ao assunto delicado envolvendo os correligionários.

“Nenhum partido pode expulsar integrantes de seus quadros sem abrir processo disciplinar, tem de cumprir o que determina o Estatuto”, explicou o advogado Walter Carneiro Júnior, após o encontro, discordando ainda da decisão do PDT, que resolveu excluir da legenda o prefeito Artuzi e os vereadores indiciados por prática semelhante. “Isso é demagogia”, avaliou.

Pelo que ficou deliberado na reunião do DEM, somente após análise do processo de cada vereador que recebia “mensalão” da prefeitura é que a direção da legenda saberá qual a punição para os envolvidos no esquema fraudulento, desencadeado pela Polícia Federal, que lesou os cofres do município.

A decisão de abrir procedimento disciplinar contra os vereadores visa resguardar a imagem do partido, sobretudo, preservar os candidatos aos cargos majoritários, no caso do vice-governador Murilo Zauith, e proporcionais – Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados.

Durante a Operação Uragano, da PF, foram presos os vereadores Marcelo Barros, Paulo Henrique Bambu e Sidlei Alves. Apesar de indiciado, apenas Gino Ferreira foi liberado após prestar depoimento.

Suplente

Em entrevista à imprensa, Murilo comentou que continua sua campanha normalmente independente da desistência do seu candidato a primeiro suplente, o vice-prefeito de Campo Grande, Edil Albuquerque (PMDB).

Murilo creditou a desistência de Edil a divergências dentro do PMDB. “Não é problema meu. Era um excelente companheiro. Se dependesse de mim, ele continuaria”, colocou, ao ser questionado sobre o assunto.