Chamado de injusto por Lula, Puccinelli foge de perguntas

“Não sei. Não ouvi e não vou comentar”, disse o governador

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“Não sei. Não ouvi e não vou comentar”, disse o governador

“Não ouvi e não comento”. Foi assim que o governador André Puccinelli (PMDB) reagiu às perguntas sobre as críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante comício na noite de ontem no centro da Capital ao lado da presidenciável Dilma Rousseff e do ex-governador Zeca do PT. Nesta manhã, Puccinelli participou de reunião política no Sindicato Rural de Campo Grande.

Na presença de cerca de 25 mil pessoas, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, o presidente sugeriu ter ficado decepcionado com Puccinelli. Ele lembrou que o governador o chamou de “pai” e Dilma de “fada madrinha”, mas uma semana depois mudou de opinião.

“No dia que eu estou no Estado o governador chama minha ministra de fada madrinha e eu de pai Lula. E uma semana depois está dizendo que o pai não é o Lula, que o pai é o adversário dela e que ela não é mais fada madrinha, que a fada madrinha talvez seja outra pessoa”, reclamou. Puccinelli, que fazia freqüentes elogios a Dilma, preferiu apoiar o tucano José Serra, principal adversário do PT na disputa presidencial.

“Eu fiquei chateado. Aos 64 anos de idade, eu não tinha o direito de me decepcionar. Não é justo, não é honesto, uma semana depois [ele, Puccinelli] dizer outra coisa, não é justo, não é correto, não é eticamente aceitável”, disparou Lula.

“Não sei. Não ouvi e não vou comentar”, disse o governador ao ser informado pela reportagem que Lula tinha se queixado dele.

O desabafo de Lula, aliás, foi mais longe. Ele reclamou que o governador não tem dado créditos para o governo federal na execução de obras públicas feitas com dinheiro da União. Neste ponto, Puccinelli se defendeu e alfinetou o deputado estadual do PT, Pedro Kemp.

“Não. Eu sempre divulgo. Aliás, tem que cobrar do Pedro Kemp porque é que ele foi lá na aldeia Teicuê levar um veículo de R$ 50 mil, produto de uma emenda que eu passei para ele, e nem falou lá que era produto de emenda do governo André Puccinelli. Eu falo sempre”, disse.

Diante da insistência da reportagem sobre a decepção causada ao presidente Lula, Puccinelli culpou o ex-governador Zeca do PT por não ser hoje um aliado de Dilma Rosseff. “Pergunta para o Zeca quem é que não quis aliança”, sugeriu.

Puccinelli garantiu que chegou a conversar com o presidente da República ontem em Campo Grande. “Eu fui recepcioná-lo (…) Depois tivemos um teretetezinho antes dele ir para o comício e pronto”, relatou. Sobre a conversa com o presidente fez mistério. “Pergunta para ele”, propôs.

O presidente Lula que tinha um almoço preparado na Base Aérea de Campo Grande, decidiu fazer a refeição no avião durante a viagem de Dourados até Campo Grande. Depois foi direto para o Hotel Jandaia na Capital onde teve reunião reservada com o candidato Zeca do PT e a candidata a vice Tatiana Azambuja Ujacow, do PV.

No comício, Lula ainda sugeriu que a imprensa apurasse os indicativos de obras bancadas por dinheiro estadual e dinheiro federal. “Mostrem [imprensa] quem é que fez mais por Mato Grosso do Sul”, desafiou. “A imprensa investigativa, pesquisem. […] A imprensa tem a obrigação de não permitir que ninguém minta em época de eleição”, completou.

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