Na edição desta terça-feira, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que balanços anuais do TCE (Tribunal de Contas do Estado) mostram que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pediu ao governo quase R$ 30 milhões em verbas extras para cobrir as contas de 2008 e 2009.

O jornal afirma que dos R$ 330 milhões em gastos autorizados no período, segundo documentos, só R$ 734 mil não foram usados.

Os valores, diz a Folha, são incompatíveis com as “devoluções” de R$ 2 milhões e de R$ 6 milhões que, segundo o deputado estadual Ary Rigo (PSDB), foram feitas ao governador André Puccinelli (PMDB).

A menção aos repasses consta da gravação de uma conversa entre Rigo e Eleandro Passaia, ex-secretário de Governo de Dourados e que atuou como infiltrado da PF.
Em nota divulgada no dia 22, o deputado disse que não se referia a um “valor irregular”, mas à “devolução de valores repassados pelo Estado e não utilizados”.
No mesmo dia, Puccinelli reproduziu as explicações de Rigo no seu blog de campanha.

Depois, afirmou que o deputado seria interpelado judicialmente para esclarecer as declarações.

Segundo Puccinelli, o percentual de repasses à Assembleia Legislativa caiu em relação à receita líquida do Estado durante seu governo.
Em termos nominais, porém, os gastos subiram. Em 2007, primeiro ano da gestão Puccinelli, o custo ficou em R$ 138 milhões.

No ano seguinte, segundo o TCE, houve suplementação de R$ 13,2 milhões ao orçamento, que previa gastos de R$ 143 milhões.
Em 2009, a conta atingiu R$ 179 milhões, R$ 16 milhões acima do orçado.

A assessoria de imprensa de Ary Rigo disse que o deputado reitera as afirmações e que não comentará mais o assunto.

Ontem, Puccinelli disse, por meio de sua assessoria de campanha, que as afirmações de Rigo são “mentirosas e terão de ser respondidas na Justiça”. O governador lamentou também uso “eleitoreiro” das declarações.