Na Capital, mortes em trânsito batem recorde em setembro
População reclama da violência no trânsito
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População reclama da violência no trânsito
No mês que foi comemorado a Semana Nacional de Trânsito, as mortes por acidentes em Campo Grande atingiram recorde em 2015. De 1º a 30 de setembro, 14 pessoas morreram em colisões na Capital. Até então, o maior número tinha sido registrado em julho, com 11 vítimas.
O pior dia do mês foi no sábado passado (26), quando foram registrados três acidentes na Capital. Em um dos acidentes, o motorista perdeu o controle da direção e colidiu frontalmente com uma carreta no macroanel rodoviário. Outra morte no trânsito tinha sido registrada no último dia 23 na Avenida Guaicurus. A mulher descia a Rua da Divisão quando foi atropelada por um caminhão-tanque.
De acordo com o último balanço da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), de janeira a julho de 2015 foram contabilizadas 50 mortes no trânsito. Destas, 33 motociclistas, 2 ciclistas, 11 pedestres, 2 condutores e 2 passageiros de carro envolvidos nos acidentes, somaram os números.
As estatísticas do acumulado do ano, ainda são inferiores do ano passado, onde em mesmo período foram apontadas 74 mortes no trânsito de Campo Grande. Em 2014, as vítimas fatais chegaram a 112 pessoas. Naquele ano, o mês recorde foi fevereiro, também com 14 mortes.
Ainda que os números mostrem a redução das vítimas fatais, para o campo-grandense a violência no trânsito da cidade está cada vez maior. Abraão João da Silva, de 70 anos, disse que parou de andar de moto, sua fiel companheira, porque está com a carteira vencida e aprendeu que “com trânsito não se brinca”. Ele já sofreu 14 acidentes.
“Minha carteira está vencida e, por isso, eu nem saio de casa de moto”. Para ele, o trânsito de Campo Grande “é péssimo”. O aposentado afirmou que as pessoas não respeitam a lei e são imprudentes. “Na maioria dos acidentes (14) que sofri a culpa não era a minha. No último, eu deslizei quando uma pedra atingiu a roda dianteira da moto e me machuquei feio”.
O mecânico Valdemir Silvestre dos Santos, 29 anos, também já sofreu com o trânsito da Capital. Em 2010, ele sofreu um acidente na Avenida 1° de maio. “Eu ia de moto quando o motorista de um carro resolveu fazer o retorno, do nada, na rua. Nós batemos na hora”. Segundo ele, o condutor foi embora sem prestar socorro. “Eu abri boletim de ocorrência no outro dia, mas acabei desistindo do caso quando descobri que a placa do veículo era de um policial civil”, disse. Ele diz que vê o homem de vez em quando, mas desistiu de pedir para pagar pelo prejuízo por medo de represália.
Valdemir ainda comentou que tem dois amigos que já morreram no trânsito, ambos na Avenida Júlio de Castilho. Em um dos casos, o motociclista bateu em outro moto que trafegava no mesmo sentido, caiu do veículo e veio a falecer. O outro estava disputando um racha quando bateu em um carro estacionado. “Os dois estavam bêbados. É imprudência da parte deles dirigir embriagado”, afirmou ele.
Todos os entrevistados pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax tiveram a mesma opinião, que o trânsito de Campo Grande é complicado, mas que tudo isso é uma resposta à atitude dos motoristas. A motociclista Caroline Gonçalves da Silva, 19 anos, é vendedora no centro e mora na região do Tiradentes. “O trânsito é horrível em Campo Grande. Na Rua Marques de Pombal, que fica perto da minha casa, as pessoas não respeitam a sinalização”, afirmou ela.
Para o aposentado Washington Dias do Nascimento, 56 anos, o trânsito é violento e a imprudência é das pessoas. “Falta conscientização por parte dos motoristas de Campo Grande”, declarou ele. O comerciante que trabalha no centro, Antônio Carlos, de 54 anos, diz que “depende dos motoristas o trânsito. Eles precisam ter consciência do que estão fazendo”.
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