No final do mês de janeiro, duas figuras públicas brasileiras sofreram acidentes que causaram diferentes traumas na coluna. Um deles foi bastante grave, o outro, nem tanto.

No dia 27, a atleta Laís Souza, que estava se preparando para participar da Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia, sofreu um trauma severo na coluna cervical enquanto treinava nos EUA. Ela foi submetida a uma cirurgia para realinhar a coluna e, até o momento, não consegue movimentar os braços e a pernas.

Já no dia 31 de janeiro, a atriz Isis Valverde, que trabalha na TV Globo, sofreu um acidente de carro na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e fraturou uma vertebral da coluna cervical. Ela já teve alta do hospital onde foi tratada e deverá usar um colar cervical pelos próximos dias.

Segundo o Dr. Beny Schmidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), quanto mais alto o nível da coluna que for atingido, maiores serão as consequências para o indivíduo que sofreu o acidente. Ou seja, quantos mais perto do pescoço ocorrer a lesão, maiores são as chances de o trauma causar uma paralisia dos membros inferiores e superiores, como no caso da atleta Laís Souza, que ainda está internada.

De acordo com Beny Schmidt, é quase improvável pensar na reabilitação da coluna nos casos graves. Atualmente, as expectativas estão concentradas em tratamentos que ainda estão em fase de experimentação: a neuromodulação e a reparação através de células tronco. Para o especialista, a realidade mais imediata é a da neuromodulação, na qual eletrodos são implantados diretamente sobre os nervos dos membros inferiores.

A cirurgia de realinhamento à qual a atleta brasileira foi submetida tem como objetivo remover ou realinhar segmentos ósseos que podem ter sido fraturados durante o acidente. É muito importante que a intervenção seja feita para que estes segmentos não comprimam ou comprometam o funcionamento do tecido nervoso muscular.

No caso da atriz Isis Valverde, que estava deitada no banco de trás do carro que bateu em um barranco e capotou, a lesão na medula foi leve e, por isso, não foi necessária a realização de nenhuma cirurgia. Do ponto de vista do Dr. Beny Schmidt, é importante deixar o paciente em repouso para que a lesão possa cicatrizar e regredir e, depois, deve-se procurar um especialista em fisioterapia.