Garota que desistiu de ir à Boate Kiss morre em acidente no PR

Uma estudante que havia desistido de ir à Boate Kiss, em Santa Maria (RS), na noite de 26 de janeiro – e se salvado do incêndio que matou mais de 230 pessoas – morreu no último sábado, em um acidente na rodovia PR-182, em Toledo (PR), 540 quilômetros a oeste de Curitiba. Jéssica de Lima […]

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Uma estudante que havia desistido de ir à Boate Kiss, em Santa Maria (RS), na noite de 26 de janeiro – e se salvado do incêndio que matou mais de 230 pessoas – morreu no último sábado, em um acidente na rodovia PR-182, em Toledo (PR), 540 quilômetros a oeste de Curitiba. Jéssica de Lima Röhl, 21 anos, cursava Administração na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e era uma das organizadoras da festa de universitários que acabou em tragédia. Ela viajava com o namorado quando o carro onde eles estavam colidiu com um caminhão, matando os dois, segundo o jornal Correio do Povo de Porto Alegre.

Jéssica fazia parte da comissão organizadora da festa Agromerados, mas desistiu de ir à boate na última hora. O namorado da estudante pediu que ela não fosse sozinha depois que uma amiga também resolveu não ir à casa noturna. Os dois foram sepultados em Silveira Martins (RS), a 30 quilômetros de Santa Maria.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. “Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair”, contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente – dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

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