Corrente humana global contra energia nuclear marca um ano do acidente de Fukushima

Um ano depois do acidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, ativistas antinucleares de 17 países realizaram hoje (11) uma corrente humana em mais de 100 cidades. No Rio, a mobilização ocorreu em Ipanema, na zona sul da capital, e reuniu cerca de 40 pessoas. Alguns manifestantes tinham os rostos pintados de caveiras em […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Um ano depois do acidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, ativistas antinucleares de 17 países realizaram hoje (11) uma corrente humana em mais de 100 cidades. No Rio, a mobilização ocorreu em Ipanema, na zona sul da capital, e reuniu cerca de 40 pessoas.

Alguns manifestantes tinham os rostos pintados de caveiras em alusão às mortes causadas por acidentes nucleares, como o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, quando mais de 4 mil pessoas foram contaminadas e dezenas morreram. “Em vários países está havendo uma revisão da política energética.

Na Alemanha, por exemplo, fecharam usinas e desistiram de construir novas. Queremos mobilizar a sociedade e pressionar o Congresso brasileiro para não aprovar as futuras usinas que o governo quer construir no Nordeste. Temos sol, vento e biomassa de sobra e não precisamos dessa energia suja que gera lixo atômico”, defendeu Pedro Torres, coordenador da campanha de clima e energia da organização não governamental Greenpeace no Brasil.

O grupo está reunindo assinaturas em todo o país para um projeto, a ser apresentado ao Congresso, pedindo o fechamento das usinas nucleares Angra 1 e 2, a suspensão das obras de Angra 3 e a desistência das usinas programadas para serem criadas no Nordeste. Cartazes pediam à chanceler alemã, Angela Merkel, que não financie empresas de reatores nucleares em outros países.

“Cobramos do governo alemão que se mantenha coerente com sua política energética nacional. Se lá a energia nuclear não serve, eles não devem incentivar essa energia no país dos outros”, disse Torres. Em Angra do Reis (RJ), as manifestações começam na noite de ontem (10), com vigília nas usinas Angra 1 e 2.

“Este é um ato em memória do acidente, mas também para cobrar medidas concretas em relação aos problemas relativos ao plano de emergência no caso das usinas de Angra e fazer uma campanha para que o mundo deixe de utilizar energia nuclear”, disse o representante da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sape), Rafael Ribeiro.

Segundo ele, a Comissão Nacional dos Trabalhadores em Energia Nuclear faz uma série de críticas sobre a necessidade de atualização tecnológica dos reatores das usinas de Angra. “Além disso, a Rodovia Rio-Santos, que é nossa principal rota de fuga, tem dezenas pontos de deslizamento de terras

O hospital de Praia Brava, que é referência, fica tão próximo do reator que em caso de acidente terá de ser evacuado”. Além do Rio e de Angra, ocorreram manifestação em São Paulo (SP), Manaus (AM), Caetité (BA), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), João Pessoa (PB) e Recife (PE).

Cerca de 2% da matriz energética brasileira vêm das usinas nucleares. A principal fonte de energia, gerada por usinas hidrelétricas, responde por 66,91% da capacidade instalada do país. O restante é formado por 1,22% de eólicas, 0,18% das centrais geradoras, 26,67% de termelétricas e 3,3% de pequenas centrais hidrelétricas.

Conteúdos relacionados