A irmã pede por DNA para provar que é familiar e assegurar os bens do irmão que, segundo ela, jamais viveu com a mulher que conseguiu retirar o corpo dele no Imol, acusando-a de ser amante dele.

O velório de Átila Nunes Ferreira, de 34 anos, que aconteceu na tarde desta terça-feira (31) foi marcado pela briga entre a irmã dele e a mulher por causa dos bens do rapaz. Ele morreu nesta segunda-feira, após sofrer um acidente com o caminhão que trabalhava há uma semana, em uma pedreira de Campo Grande.

A irmã Sônia Maria Acosta, de 55 anos, não conseguiu retirar o corpo do irmão do Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) porque ela foi registrada no nome dos avós. Além disso, ela acusa a mulher que compareceu ao local e retirou o corpo de ser apenas uma “ficante” que quer se apropriar dos bens de Átila.

“Ele [Átila] tem uma filha em São Vicente, de 14 anos e eu nem consegui avisar a ela ainda que o pai morreu. Esta mulher não pode tirar tudo o que ele tem e deixar a filha dele sem nada. E eu também quero pedir ajuda para fazer um exame de DNA, quero provar que sou irmã dele”, disse.

Hoje é aniversário de Sônia. “Já passei por tanta coisa na vida, velei parentes no Natal, agora velo meu irmão no meu aniversário. E ainda mais este problema para comemorar. Eu só quero Justiça, assegurar que o trabalho de uma vida inteira do meu irmão não pare na mão de uma mulher que apenas dormia de vez em quando com ele. Tenho testemunhas para provar isso”, alegou.

Impedida de ver o companheiro ser velado pela família dele, Lurdes Chimenes, de 36 anos, esteve no andar de cima da capela do velório acompanhando tudo pelas câmeras de segurança do local. Ela disse que a irmã nunca apareceu na vida deles. “Era uma irmã ausente, não tinha contato com a gente, com nossos amigos. Agora eu não posso nem acompanhar o enterro dele. A gente ia se casar nesta semana”, declarou.

Ela relata que o rapaz estava feliz e que apesar dela ter registrado oito boletins de ocorrência contra ele por violência doméstica, agora tudo estava bem. “Nós estávamos nos acertando e fomos a igreja domingo. Ele me disse que queria me dar o nome dele e que a gente ia casar no cartório e com o pastor”.

Lurdes disse que conseguiu retirar o corpo do companheiro do Imol porque o delegado a acionou, pedindo que ela reconhecesse o corpo e que levasse contas em comum, assim como os boletins de ocorrência. “Tenho como provar que a gente estava junto. Sei que ele tem uma filha, mas não tinha intimidade com ela. Pretendo dividir tudo, mesmo assim”.

São contas em comum e bens, entre o carro e a casa própria do casal, que ela diz terem pagado juntos. “Passei a noite ao lado dele, cuidei dele este tempo todo. Agora não vou ao enterro porque não quero causar confusão. Só quero o que é meu de direito a partir de hoje”, finalizou.