A falta de qualidade das obras no asfalto já preocupa moradores dos bairros Santos Dumont e São Carlos, em Três Lagoas. Caminhões afundam nas ruas, que rompem poucos meses após inauguradas. A Prefeitura responsabiliza a empreiteira Pactual.

A falta de qualidade em obras de asfaltamento e recapeamento pagas com dinheiro público em Três Lagoas já preocupa moradores dos bairros Santos Dumont e São Carlos. Em menos de seis meses, os problemas no serviço realizado no asfalto tem provocado acidentes com veículos mais pesados.

Moradores denunciam que caminhões vêm “afundando” com freqüência nesses locais, após a construção das galerias subterrâneas para coletar águas pluviais.

A Prefeitura Municipal de Três Lagoas alega que a responsabilidade é da empreiteira contratada, a Construtora Pactual, sediada em Campo Grande.

“A empreiteira é a responsável pela conservação da malha asfáltica por cinco anos após a conclusão das obras”, afirmou o secretário de obras e serviços públicos, Getúlio Neves da Costa Dias.

No último dia 28, um caminhão Mercedes Benz, carregado de telhas, afundou na rua Pelópides Gouveia, na altura do número 1250, no São Carlos. Dias antes, o mesmo tipo de acidente aconteceu a poucas quadras dali, no bairro Santos Dumont. O caminhão da Prefeitura, que retirava o lixo da rua José Ribeiro Sá de Carvalho, desabou em frente à casa de um morador, que não quis se identificar.

“Tudo aconteceu durante a madrugada, quando os lixeiros passavam para coletar o lixo. O asfalto rompeu logo abaixo da roda traseira do caminhão. Os trabalhadores da coleta gritaram assustados, pois parecia que a vala iria engolir o veículo. Pela manhã, uma equipe da Prefeitura veio com a patrola para guinchá-lo”, contou o morador.

Segundo este cidadão, na quadra onde sua casa está localizada, o asfalto já rompeu mais de oito vezes, só neste ano. “Acredito que isso está acontecendo porque não compactaram de forma suficiente a terra, após a construção da galeria, antes de passar a camada asfáltica. O fato se agrava devido a má qualidade dos produtos utilizados no asfalto. O que temos aqui são imensos buracos e a constante possibilidade de mais um veículo ser engolido”, denunciou.


Prefeitura

O secretário acredita que a explicação possa estar no fato de que a Pactual realizou essas obras durante o período de chuvas, no ano passado. Porém, coloca as respostas e a revisão dos serviços a cargo da empresa.

“Deveria ser proibido realizar obras asfálticas entre outubro e março. Já ficou comprovado que não dá a compactuação necessária para evitar que esse tipo de coisa aconteça. Contudo, no Brasil não é dada relevância a esse fato. A Pactual deverá realizar a revisão em todos os trechos que têm apresentado problemas”, admite.


Pactual

A reportagem do Midiamax tentou entrar em contato com o representante da Construtora Pactual, em Três Lagoas, identificado como Hugo, através de contato telefônico. Mas não houve resposta até o momento.