Governo foi avisado sobre risco de acidentes graves na ponte do rio Paraguai
Agora Giroto e Puccinelli querem R$ 14 milhões do governo federal para consertar estragos, que ainda podem aumentar, segundo o MPF
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Agora Giroto e Puccinelli querem R$ 14 milhões do governo federal para consertar estragos, que ainda podem aumentar, segundo o MPF
Nota à imprensa do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul, datada de ontem, 29/08, revelou um fato que contribuiu, decisivamente, para o acidente que abalou a estrutura da ponte sobre o rio Paraguai, em Corumbá, no último dia 8 de maio. A ponte da BR 262 é essencial para não isolar Corumbá e Ladário.
Trata-se da falta de providências da Agesul, e do Dnit, para reconstruir um dolfin, que é a estrutura de concreto que protege o pilar da ponte contra impactos fortes provocados por embarcações. Duas fortes colisões de barcaças carregadas de minérios, em 2004 e 2006, destruíram o dolfin que protegia o pilar central da ponte.
Os avisos da capitania foram diretamente enviados para Giroto, quando ele era secretário de Obras do Estado. A Capitania citava os dois graves no ofício 509, de 12 de novembro de 2008, do Capitão dos Portos Fábio de Freitas Machado, inclusive cogitando o “desmoronamento da ponte em caso de colisão grave.
O ofício adverte que a “colisão de uma embarcação ou comboio com o dolfin avariado ou pilar poderá acarretar sérios damos à navegação, interrompendo o tráfego, isolando as cidades de Corumbá e Ladário, temporariamente, no caso de desmoronamento da ponte; causar poluição hídrica de consequências e proporções desconhecidas e, principalmente, ocasionar perdas de vidas.”
O mesmo ofício foi reenviado para Giroto em 2009, mas de lá para cá, nada foi feito no sentido de corrigir o problema com o dolfin e evitar as novas colisões, como acabou ocorrendo de 8 de maio, abrindo um vão de 20 centímetros na ponte.
MPF investiga possível omissão do governo estadual e do Dnit
Em 18 de agosto último, o procurador federal Carlos Humberto Prola Junior pediu as informações da Capitania sobre o estado da segurança da ponte, e recebeu as mesmas comunicações enviadas a Giroto e, por extensão, para o governador Puccinelli.
Ontem, a nota do Ministério afirmou que o MPF “investiga, através de inquérito civil público, por que não foram adotadas medidas para recuperação dos dolfins (estrutura de proteção dos pilares), atingidos em colisões anteriores, mesmo diante das reiteradas comunicações da Capitania Fluvial à Agesul”.
O MPF solicitou informações à Agesul e ao DNIT para esclarecer possível omissão dos responsáveis pela manutenção e gerenciamento da ponte.
Logo depois do acidente, o governador Puccinelli, acompanhado do diretor geral do Dnit/MS, Marcelo Miranda, estiveram no local verificando os estragos e, certamente, sabiam a causa do ocorrido.
Agora, depois do leite derramado, o governador Puccinelli e Giroto querem R$ 14 milhões do Dnit para realizar o conserto da ponte. Giroto chegou a anunciar a liberação dos recursos depois de reunião com Luis Antonio Pagot, ex- diretor do Dnit, demitido pela presidente Dilma por suspeita de corrupção e de fazer caixa de campanha para o PR, partido dele, de Giroto e do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, também exonerado pela mesma suspeita.
Leia em anexo o ofício da Capitania dos Portos à secretaria de Obras e Dnit-MS
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