A família de Mariza Pires, de 66 anos, vítima de feminicídio cometido pelo próprio filho, Diego Pires de Souza, de 36 anos, promoverá um protesto buscando por justiça em frente ao Fórum, no dia da primeira audiência do caso. O crime bárbaro aconteceu no dia 27 de dezembro do ano passado, no Parque Residencial União, em Campo Grande.
Naquele dia 27 de dezembro, Diego e Mariza estavam discutindo, quando o réu teria pegado uma pá e desferido diversos golpes contra a cabeça da própria mãe. A idosa foi encontrada já sem vida na residência, com um corte na cabeça, o nariz quebrado e lesões pelo rosto.
Em um ato por justiça, o filho caçula de Mariza, Alfredo Gomes, de 32 anos, que também está no rol de testemunhas, promoverá no dia 8 de abril, data em que está atualmente marcada a primeira audiência do caso, um protesto em frente ao Fórum.
“Na audiência, iremos para pedir justiça por ela. Ninguém superou ainda tudo isso, casa vazia, filhos e netos abalados. E todos com muita raiva dele por ter feito isso com ela”, disse Alfredo ao Jornal Midiamax.
“Muito desobediente”
O caçula dos cinco filhos de Mariza contou ao Midiamax que o réu, Diego Pires de Souza, era um filho muito desobediente. Alfredo morava na residência com a mãe e o irmão.
“Ele [Diego] era muito desobediente, não respeitava, não ajudava em casa. Algumas vezes ele foi mandado embora de casa e ela [mãe] o deixou voltar. Mas acredito que, por conta disso, foi acumulando raiva dela”, comentou.
Questionado sobre o comportamento do irmão, Alfredo revelou que ele era uma pessoa que “batia de frente” com Mariza. “Nunca de ir para cima, mas respondia. Às vezes aumentava o tom de voz”, disse.
Filhou virou réu
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou Diego no dia 10 de janeiro pelo crime de feminicídio. Já no dia 23 do mesmo mês, o MP aditou a denúncia para a inclusão da qualificadora de pessoa maior de 60 anos de idade, prevista no artigo 121-A, inciso II, visto que Mariza tinha 66 anos quando morreu.
Assim, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou a denúncia, bem como a qualificadora e determinou que seja retirado o segredo de justiça do processo.
Feminicídio
Segundo o boletim de ocorrência, uma equipe da 10ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) foi ao local com a informação de que a idosa teria sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Porém, ao chegar no local, os militares encontraram duas equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) realizando massagem cardíaca na vítima que estava com um corte profundo na cabeça e muito sangue em seu corpo. A sala da residência também estava tomada por sangue.
Na ocasião, o filho foi o primeiro a chegar à residência, mas apresentou versões contraditórias, dizendo que a mãe sofreu apenas uma queda. Em seguida, o médico do Samu afirmou aos policiais que as lesões encontradas não aparentavam ser de acidente, mas de assassinato.
Com isso, a Perícia e a Polícia Civil também foram ao local e conduziram o filho da idosa para a delegacia.

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