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Polícia

16º feminicídio: Doralice foi morta com facadas no pescoço ao terminar namoro

Além de facadas no pescoço, Doralice também foi agredida com socos no rosto
Thatiana Melo -
Edemar Santos Souza confessou o feminicídio em Maracaju

‘Movido por ódio e ciúmes’, essa foi a motivação para o feminicídio de Doralice da Silva, de 42 anos, em Maracaju, a 159 quilômetros de Campo Grande, segundo o depoimento de Edemar Santos Souza, pedreiro de 31 anos, que confessou o crime.

A vítima foi encontrada pela filha, coberta de sangue e caída no chão do quarto, já sem vida, na noite de sexta-feira (20). Quando preso, Edemar ainda negou o , atribuindo o crime a outra pessoa, mas depois acabou confessando. 

O Midiamax teve acesso ao depoimento em que Edemar contou ao delegado que no dia do feminicídio havia saído com Doralice até um bar e beberam cerveja, por volta das 11 horas, sendo que depois foram para outro bar, onde ingeriram mais bebidas alcoólicas. Na volta para casa, acabaram se envolvendo em um acidente de motocicleta.

Doralice conseguiu ligar a motocicleta e foi até a sua residência para deixar comida para as filhas e Edemar ficou esperando para irem até outro bar. Mas, como Doralice demorou para retornar, ele foi até a residência e ficou esperando por ela.

Quando Doralice chegou, deixou a motocicleta na calçada, e ao entrar mandou que Edemar fosse embora de sua casa. Ele, então, disse que ia pegar suas roupas e ferramentas, mas ela o mandou buscar no dia seguinte.

Edemar pegou algumas roupas e colocou em uma carriola. Quando voltou para buscar o restante, questionou Doralice se ela iria sair com o homem que a estava esperando em um veículo Gol, na esquina.

Quando Doralice disse que iria sair com o homem, Edemar relatou que foi movido pelo ódio e ciúmes e pegou uma faca desferindo um no pescoço de Doralice. Assim, ela caiu no chão da sala.

Logo em seguida, ele desferiu três socos no rosto dela e passou a dar mais facadas no pescoço da namorada. Ele ainda disse que ficou com mais raiva quando se lembrou que na semana anterior havia sido agredido por Doralice. 

Ameaçou a própria mãe

Edemar Santos Souza já tem ficha policial por crimes contra a mulher. Há quatro anos, a mãe de 57 anos o denunciou por ameaça em Maracaju. Edemar e a então companheira se mudaram para a cidade após dificuldades financeiras em Ponta Porã. O casal estava morando nos fundos da casa da mãe do pedreiro.

Alcoólatra, o suspeito tinha o hábito de ofender a mãe e a ameaçou caso ela denunciasse à Polícia Civil. A então companheira também era alvo de xingamentos. Porém, a mulher relatou ter medo do pedreiro e nunca o denunciou. A mãe de Edemar solicitou medidas protetivas e que o filho fosse retirado da casa.

Doralice não tinha medidas protetivas contra o pedreiro. A mulher já tinha solicitado contra o ex-marido, mas os dois não tinham mais contato há um ano.

Dados

Segundo o Monitor de Violência Contra a Mulher da Polícia Civil de MS, o último feminicídio em Maracaju ocorreu em 2021. Desde 2015, quando o monitor foi instalado, foram quatro feminicídios registrados na cidade até o momento.

16º feminicídio em MS

Mato Grosso do Sul registra 16 feminicídios em 2025:

Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro

Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro

Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro

Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro

Emiliana Mendes () – 24 de fevereiro

Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março

Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março

Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril

Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio

Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio

Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio

Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio

Vanessa Eugênio Medeiros e a filha dela, Sophie Eugenia Borges (Campo Grande) – 28 de maio

Eliana Guanes () – 6 de junho

Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

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