Traficantes que se passavam por policiais para roubar drogas são condenados a mais de 20 anos de prisão

Criminosos foram presos em novembro do ano passado e condenados na última segunda-feira (11)

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(Reprodução, Polícia Civil)

Os traficantes que se passavam por policiais para roubar drogas em Campo Grande foram condenados a mais de 20 anos de prisão na última segunda-feira (11) pela 4ª Vara Criminal Residual. Os criminosos estão presos desde novembro do ano passado após a Operação Impostores, deflagrada pela Derf (Delegacia Especializada de Roubo e Furtos).

Os autores, que se passavam por policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), roubaram 65 quilos de cocaína de uma casa que estava sendo escondida por uma facção criminosa. Na ocasião, o roubo foi praticado com restrição de liberdade, violência e grave ameaça com uso de arma de fogo. Entre os envolvidos no crime, estava um policial militar aposentado que era o ‘cabeça’ da quadrilha.

Por isso, a Derf deflagrou a Operação Impostores e prendeu os autores com 17 quilos de cocaína, bem como os veículos usados pelo grupo. Durante a investigação, foram apreendidos em poder do grupo: um Gol, de cor vermelha; um Ônix, de cor prata; uma algema; 18 quilos de cocaína; e coletes policiais sem identificação.

E quase 12 meses após a prisão, os autores foram condenados pelos crimes de tráfico de drogas e roubo majorado, totalizando 20 anos e 3 meses de reclusão. 

Homens se passavam por policiais para roubar drogas (Divulgação, PC)

Relembre o caso

De acordo com o delegado Francis Freire, a quadrilha agia há 2 anos e um outro membro da quadrilha era quem passava as informações de onde as drogas – guarda-roupa – estariam para que o roubo fosse feito.

Ainda de acordo com Francis, o crime é conhecido como ‘Cifra Negra’, já que o traficante não denuncia o roubo de suas cargas.

Mas, segundo o delegado, neste caso foi diferente, já que o homem estava sendo ameaçado pela facção após ele ter perdido a droga e foi atrás de tentar achar os autores, sendo que depois de um tempo resolveu registrar o boletim de ocorrência. Ele disse na delegacia que desconfiou que os autores não seriam policiais quando foi solto em um bairro da cidade em vez de ser levado para a delegacia.

Investigações

As investigações apontaram que o líder da organização criminosa teria obtido a informação, ainda na fase de remessa da droga da Bolívia para Campo Grande, de que um traficante estaria armazenando 65 quilos de cocaína em sua casa para uma facção criminosa.

Assim, o líder cooptou três comparsas, para roubarem a droga, passando-se por policiais civis da especializada, em busca domiciliar falsa, para depois revenderem o entorpecente a outros traficantes.

No dia 18 de outubro de 2023, um homem, morador do bairro Aguadinha, procurou a delegacia dizendo que havia sofrido um roubo em sua residência, os bandidos teriam levado joias, celulares e R$ 15 mil em dinheiro. Ele estava retornando da Casa do Albergado, onde cumpria pena no regime semiaberto, quando foi abordado.

Após ser confrontado com várias inconsistências, o homem revelou que, na verdade, atuava como “guarda-roupa” escondendo 65 quilos de cocaína. Ele teria sido abordado por indivíduos que se identificaram como policiais civis da Denar. Os falsos policiais usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive”, bem como utilizavam os veículos Gol, de cor vermelha, e Ônix, de cor prata.

Os supostos policiais acabaram realizando revista na casa e apreenderam 65 quilos de cocaína e dois aparelhos celulares. Os autores efetuaram a “prisão” do homem, colocando-o no interior do Ônix, informando que o levariam à Denar. Mas, os policiais falsos liberaram o homem após 10 quilômetros percorridos, no bairro Cristo Redentor e seguiram para local desconhecido em poder da droga e celulares subtraídos.

O homem relatou que somente registrou o boletim de ocorrência, noticiando falsamente a subtração de dinheiro e joias porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente a uma facção criminosa, sob pena de ser morto.

(Reprodução, Polícia Civil)

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Caso foi investigado pela Polícia Civil de Nova Alvorada do Sul. Foto: Divulgação